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Profissionais da COC publicam artigos na revista inglesa Lancet

15 jun/2011

Dois artigos de profissionais da Casa de Oswaldo Cruz integram a seção Perspectivas, do volume 377, série Brasil, da revista Lancet, uma das mais importantes publicações científicas na área médica. “The life of a museum”, de Luisa Massarani e “The art of medicine Carlos Chagas: science, health, and national debate in Brazil”, de Simone Kropf.

Publicada no Reino Unido pelo Lancet Publishing Group, a revista traz também nesta edição artigos de pesquisadores da Fiocruz, que examinam criticamente as políticas públicas do país na área da saúde.

Em “The Life of Museum”, Luisa Massarani enfoca o Museu da Vida, departamento da Casa de Oswaldo o qual chefia. Integrando ciência, cultura e sociedade, o Museu tem como objetivo envolver o público em temas relacionados à ciência, saúde e tecnologia. Possui uma coleção de cerca de 2.100 itens que dizem respeito à história das ciências da saúde no Brasil.

 

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Prédio da Antiga Cavalariça que abriga o espaço da
Biodescoberta do Museu da Vida.
Foto: Waldir Ribeiro

 

Conforme Luisa, em 2010, cerca de 200 mil  pessoas, de todas as idades, visitaram o Museu da Vida, percorrendo suas exposições permanentes e temporárias. Entre os temas apresentados nessas mostras, está a biodiversidade, com conteúdos inspirados nas idéias dos naturalistas Charles Darwin e Alfred Wallace. Luisa aborda também o projeto denominado  “Sarau Científico” (Scientific Party), desenvolvido com o apoio do Wellcome Trust, que utiliza música, literatura e teatro para incentivar os jovens a pensar ciência.

Sobre a publicação do seu artigo , Luisa Massarani diz: “A Lancet é uma revista cientifica de alto impacto e de grande relevância internacional na área de pesquisa em saúde e medicina. Trata-se de uma oportunidade muito importante para dar mais visibilidade às atividades do Museu da Vida a fim de engajar o publico, de forma lúdica, em temas de ciência e de saúde”.

O artigo “The art of medicine Carlos Chagas: science, health, and national debate in Brazil”, escrito pela pesquisadora da COC Simone Kropf, discorre sobre a trajetória profissional de Carlos Chagas e seu legado para a ciencia e a saúde publica brasileiras.

A pesquisadora aborda a viagem de Chagas, no início dos anos de 1900, para debelar uma epidemia de malária em Lassance, interior de Minas Gerais, que interrompera as obras de ampliação da Estrada de Ferro Central do Brasil. Ao examinar um inseto hematófago, popularmente chamado de barbeiro, que infestava muitas casas rurais do Brasil, Chagas identificou uma nova espécie de tripanossoma, a que deu o nome de Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz.

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Cientista Carlos Chagas. Foto: acervo COC

 

Em abril de 1909, após identificar o parasita no sangue de uma criança chamada Berenice, na cidade de Lassance, Chagas anunciou sua descoberta. Segundo Simone, a notícia foi saudada como um triunfo da ciência brasileira, e a doença rapidamente se tornou conhecida como a doença de Chagas. Chagas tornou-se membro de prestigiosas associações médicas e científicas no Brasil e no exterior. Foi nomeado para o Prémio Nobel da Medicina duas vezes, primeiro em 1913 e novamente em 1921. Em 1917, substituiu Oswaldo Cruz como diretor do Instituto Oswaldo Cruz.

Conforme a pesquisadora, a trajetória de Carlos Chagas foi emblemática das contribuições da ciência médica brasileira para a agenda internacional da microbiologia e da medicina tropical. Além disso, foi um exemplo de como estes cientistas envolveram-se diretamente no debate sobre o Brasil, defendendo a importancia da medicina como instrumento para atender as demandas sociais e da saúde pública do país.

 

 

Leia os artigos completos:

 

“The life of a museum”

 

“The art of medicine Carlos Chagas: science, health, and national debate in Brazil”