Os museus e centros de ciência são estratégicos para conquistar o desenvolvimento sustentável. Esta foi a mensagem deixada em uma das sessões plenárias da Conferência “Planet under pressure”, que reuniu três mil cientistas, líderes de indústrias e formuladores de políticas de 105 países na semana passada (26 a 29 de março), em Londres.
O objetivo da conferência é ambicioso: ajudar a encontrar soluções para os problemas e os desafios ambientais graves enfrentados pela Terra.
A porta-voz dos museus e centros de ciência foi Margit Fischer, primeira dama da Áustria e coordenadora da rede austríaca de centros de ciência, que esteve lá como parte de um esforço de museus de ciências de diversos países – entre eles o Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz –, membros da Association of Science-Technology Centers (ASTC).
A motivação desse movimento internacional é fortalecer o papel dos museus e centros de ciência como atores sociais ativos e bem sucedidos no processo da Rio+20 – e nas atividades após o evento das Nações Unidas.
“Todos nós esperamos que exista um plano de ação poderoso, mas mesmo o mais ambicioso programa precisará necessariamente ser complementado por atividades de divulgação científica; para conseguir isto, propomos que museus e centros de ciência sejam criados e apoiados em todo o mundo, como fontes fundamentais – particularmente em áreas em que eles inexistem, tal como em grande parte da África”, disse Fischer.
“Nós clamamos por um plano estratégico que use a energia dos museus e centros de ciência para incrementar o impacto das estratégias das Nações Unidas para envolvimento da sociedade”, complementou a representante de centros de ciências austríaca.
Para Luisa Massarani, chefe do Museu da Vida, que participou da conferência em Londres, o convite para a presença de uma porta-voz dos museus e centros de ciência em uma das plenárias reflete a importância que estes espaços científico-culturais têm conquistado em todo o mundo. “No Brasil, na última década, houve um grande aumento destes espaços científico-culturais tanto em número como em sua importância social”, disse.
Massarani lamenta o fato de “ainda termos um longo caminho pela frente neste nosso país imenso, já que atualmente apenas 8% da sociedade brasileira têm acesso às atividades que oferecemos”. Neste contexto, a representante do Museu da Vida na conferência internacional destacou a importância de consolidar as iniciativas itinerantes, a exemplo do ‘Ciência Móvel’ do Museu da Vida, um museu itinerante que viaja em um caminhão e leva exposições, jogos, equipamentos interativos, multimídias, oficinas e outras atividades visando ampliar a inclusão social.