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Pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz vai a Londres fazer seminário sobre a história da psicanálise no Brasil

19 jan/2012

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Pesquisadora e professora do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz, Cristiana Facchinetti vai a Londres, convidada pelo prof. Sonu Shamdasani, para fazer um seminário sobre a história da psicanálise no Brasil, entre 1920 e 1940. No dia 30 de janeiro, ela estará em um centro de pesquisa e ensino voltado para a história da medicina da University College London (UCL).

 

– Qual é o tema de sua fala, em linhas gerais? Por que este recorte 1920-1940? Quais são esses marcos?

 

O tema é a difusão da psicanálise no Brasil e sua apropriação por diferentes tradições intelectuais e acadêmicas, bem como suas conseqüências para a leitura da psicanálise. Foi o período da difusão da psicanálise no país pela primeira vez, que vai até o final da 2ª Guerra Mundial, quando novas questões despertam o interesse desses atores.

Eu estudo o tema desde a minha tese de doutoramento na UFRJ em 2001. Vou falar sobre diferentes recepções da psicanálise no Brasil, assunto que se  vincula a um capítulo que será publicado em um livro da Editora Fiocruz organizado por Nísia Trindade Lima e Gilberto Hochman.

– Poderia antecipar para o nosso leitor a síntese de sua fala?

 

Vou falar sobre a entrada da psicanálise no Brasil em uma época em que os intelectuais buscavam soluções para a identidade nacional.  Eles procuravam soluções para  “modernizar e civilizar” o país e utilizaram a psicanálise para apoiar propostas de normalização de comportamentos, por meio da educação e da saúde. Este foi o caso de alguns psiquiatras que começaram a fazer diagnósticos do país por meio da psicanálise. Para outros, que apostavam na cultura popular e na resistência cultural, a psicanálise serviu de instrumento para propostas de ruptura com a moral e os valores europeus, a apropriação de valores locais, como foi o caso do modernismo. Busco ressaltar que são pautas específicas que guiam o modo de apropriação do conhecimento que circula no Brasil e no exterior naquele período.

 

– Que tipo de relacionamento envolvendo  troca e colaboração há entre a COC e a antiga Wellcome? Você acredita que essa aproximação entre as duas instituições pode render bons frutos nos campos do ensino e pesquisa?

 

Estamos abrindo espaço para vínculos mais efetivos, além de possibilidades de pesquisas conjuntas e coorientações sobre a história da psiquiatria comparada.