Na abertura do Simpósio Internacional Museus, Biodiversidade e Sustentabilidade Ambiental, realizada no dia 8 de junho, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira declarou ser o Brasil o país mais importante em questões de biodiversidade, uma vez que é detentor da diversidade biológica do planeta. Este será o diferencial dea Convenção da Biodiversidade, que acontecerá no final de outubro em Nagoya, no Japão.
Na reunião do Japão, o Brasil vai defender o compartilhamento de domínio do conhecimento técnico-científico e cultural, com acesso da sociedade ao desenvolvimento da biodiversidade. “Está em jogo na convenção você reconhecer e pagar pelos benefícios da biodiversidade às populações que detêm o conhecimento dessa biodiversidade”, diz a ministra.
Este cenário coloca o Brasil em um novo patamar, diferenciado e estratégico, na formulação de políticas públicas e no desenvolvimento de nova estratégia nacional de conservação da biodiversidade. Existe um documento no Ministério do Meio Ambiente, referenciado no Brasil e no exterior, que orienta um conjunto de ações, mas que, segundo a ministra, precisam estar mais acessíveis ao cidadão.
Nesse contexto se insere a atuação dos museus, que têm grande potencial para influenciar o comportamento da sociedade em torno de uma cidadania ambiental. A ministra cita, ainda, o incêndio do Instituto Butantan e o fato de uma coleção tão importante, como a das cobras, estar exposta a tal vulnerabilidade. “Estamos retomando, dentro da estratégia nacional de conservação da biodiversidade, um plano de ação articulada entre os Ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, extensiva também ao Ministério da Cultura, para a proteção dos acervos técnico-cientificos, que seja acolhido pelos museus como uma nova orientação para políticas que possam influenciar até o próprio governo”, afirma a ministra.
Mesa de abertura do simpósio internacional de museus. Foto: Divulgação COC
Também presente na abertura do simpósio, o presidente da Fiocruz Paulo Gadelha afirmou que a instituição deve aliar às suas missões a questão da biodiversidade e da sustentabilidade ambiental. “Devemos aprofundar no nosso cotidiano o debate em torno da questão asmbiental. As ações do Museu da Vida são importantes para promover o aprofundamento dessa reflexão”, disse.
Ainda na mesa do simpósio, Mario Chagas, representando o presidente do Instituto Brasileiro de Museus; Ildeu Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia/MCT; e Vera Tostes, diretora do Museu Histórico Nacional.
Carlos Fernando de Moura Delphim, coordenador da Gerência de Paisagens Culturais e Jardins Históricos, Depam/Iphan-Brasília, defendeu em sua conferência que a sustentabilidade só pode ser alcançada quando se consorciam dois fatores: a diversidade biológica e a pluralidade cultural. Abordou a instabilidade e o dinamismo do conceito de paisagem, que só pode ser compreendido por meio de ações interdisciplinares.
Os três dias de simpósio, de 8 a 10 de junho, foram pontuados por debates e palestras proferidas por especialistas de diferentes estados brasileiros e palestrantes internacionais da França e Estados Unidos, a fim de proporcionar um debate a partir de diferentes realidades, pontos-de-vista e abordagens.
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