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Líder indígena visita exposição no Museu da Vida

11 maio/2010

Álvaro Tukano é uma das principais lideranças da tribo dos Tukanos, no município de São Gabriel da Cachoeira, localizado na região conhecida como Cabeça do Cachorro, no extremo noroeste do estado do Amazonas. Em visita ao Museu da Vida, onde conheceu a exposição Evolução e Natureza Tropical, o pajé defendeu a pesquisa científica como instrumento de difusão da milenar tradição da cura das doenças pelas plantas, bem como o trabalho com os cientistas para levar esse conhecimento a toda sociedade.

Na avaliação do líder indígena, Alfred Wallace, que percorreu e mapeou a região do Alto Rio Negro, e Charles Darwin, igualmente estudioso da natureza brasileira, estavam corretos em suas conclusões sobre a evolução das espécies por seleção natural. Os dois cientistas pesquisaram a rica biodiversidade dos trópicos, especialmente a do Brasil, coletando espécimes da fauna e da flora para aprofundar os estudo que levariam ao desenvolvimento de suas teorias da evolução.

“Tudo isso, nós temos até hoje nas comunidades. Somos um banco de dados da biodiversidade”, disse Álvaro Tukano, antes de ajeitar seu tradicional cocar para uma sessão de fotos.

Indio usando calça comprida e blusa, portando coca, sentado, assinando livro de assintaura da exposição sobre uma mesa

Álvaro Tukano assina livro de visitas da exposição.
Foto: divulgação

 

Álvaro veio ao Rio de Janeiro participar de uma reunião local para a 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, a ser promovida de 26 a 28 deste mês, em Brasília. Ao lado de Ildeu de Castro Moreira, Álvaro Tukano percorreu a mostra e ouviu atentamente as explicações do professor da UFRJ e um dos curadores da exposição junto com Luísa Massarani, chefe do Museu da Vida.

 

O indígena afirmou que deve haver mais pesquisa por parte do Estado brasileiro, investindo na preservação da biodiversidade. “Agimos e interagimos”, afirmou ao defender maior destaque nas decisões sobre os direitos autorais em torno do conhecimento milenar indígena. Mas disse considerar positiva a atual participação dos índios, citando a política de cotas nas universidades como um dos instrumentos para a chegada de mais representantes nativos às instituições de ensino superior.

Durante a visita à exposição, Álvaro Tukano apresentou um livro que escreveu na língua tucano. E leu no original a passagem sobre uma cerimônia para o tratamento da artrose e dor na coluna. A ideia é difundir ainda mais os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, contribuindo para preservar a cultura de seu povo às futuras gerações.

 

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