Fiocruz
Webmail FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Evento na COC lança série Parques do Brasil

11 jun/2018

Presidente da Fiocruz fala em lançamento da série Parques do Brasil
Presidente da Fiocruz fala durante o lançamento da série. Foto: Roberto Jesus Oscar

“Os parques nacionais são fruto do desenvolvimento de uma política pública, a partir dos anos 1930”, lembrou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, ao falar no lançamento da série Parques do Brasil, parceria da Casa de Oswaldo Cruz (COC)/Fiocruz, TV Brasil/EBC e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Para Nísia, embora essa política, tenha mudado ao longo do tempo, “é muito importante o vínculo entre a preservação do patrimônio, a educação ambiental e o debate sobre a pesquisa, uso consciente das várias riquezas dessa biodiversidade brasileira”. Ela afirmou que o País é apresentado no exterior como um Brasil de biodiversidade. “É um valor nosso e devemos ser os primeiros a cuidar e a valorizar”, declarou a presidente da Fiocruz.

“A série é parte de um projeto mais amplo, que prevê documentários e interprogramas”, destacou o diretor da Casa de Oswaldo Cruz. Paulo Elian chamou atenção para o ineditismo da parceria entre as três instituições envolvidas na produção de Parques do Brasil. Produzida para TV e Web, a série visa promover a popularização do conhecimento científico sobre a biodiversidade dos parques nacionais e outras unidades de conservação brasileiras. Enfatiza a relação que há entre o meio ambiente, a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

O chefe de Gabinete da Presidência do ICMBio, Wajdi Mishmish, disse que a série é uma prestação de serviços, por relacionar a questão ambiental à saúde humana, estimulando a conscientização sobre o tema e mostrando a importância das unidades de conservação, principalmente, os parques nacionais.

Wajdi Mishmish afirmou que o Brasil possui mais de mil espécies com status de ameaça. Acrescentou que há 335 Unidades de Conservação (UC) no País, entre parques, estações ecológicas, reservas biológicas e extrativistas. E lembrou que foram criadas mais três UCs, no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de maio). O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) e a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, no sertão baiano, que serão preparadas para a reintrodução da ave – extinta em ambiente natural desde 2000.  A outra unidade criada é a Reserva Extrativista (Resex) Baixo Rio Branco-Jauperi, entre os estados do Amazonas e de Roraima, que vai beneficiar populações tradicionais da região.

Para Mishmish, a série discute a importância dos parques, da conservação da natureza e do equilíbrio, bem como da qualidade da água, do solo, do ar e do clima, que são pré-requisitos e têm uma relação intrínseca com a saúde humana. “Sem ar e água de qualidade, não há saúde humana”, frisou o chefe de Gabinete do ICMBio.

Diretora de Produção e Conteúdo da EBC, Cida Fontes ressaltou que a série serve como alerta ao que está “acontecendo com o ecossistema em várias regiões do Brasil”. Além disso, presta-se à conscientização ambiental, e para lembrar os 30 anos da morte de Chico Mendes, o líder seringueiro, ativista e ambientalista assassinado em Xapuri, no Acre, em 1988. A diretora ressaltou que a equipe da TV Brasil “se dedicou de corpo e alma” ao projeto, que oferece conteúdo especial na área do meio ambiente.

Para a presidente da Fiocruz, a comunicação pública precisa devolver à sociedade conteúdos importantes e significativos, seja do patrimônio natural ou histórico, pensando sua relação com públicos mais amplos.

Durante o evento, Nísia Trindade Lima citou a arqueóloga Niède Guidon, escolhida para homenagem às mulheres da ciência pelo Museu do Amanhã. A cientista encontrou no Piauí vestígios de fogões primitivos e utensílios de pedra lascada (material lítico) utilizados por caçadores há mais de 100 mil anos. A descoberta foi feita em escavações arqueológicas, principalmente junto a abrigos rochosos naturais com muitas pinturas rupestres, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Para a presidente, recuperar e pensar a pré-história é fundamental em uma área tão pobre do Brasil. Nísia Trindade Lima defendeu que as políticas públicas sejam multiplicadas também no semiárido brasileiro.

Com imagens em alta definição, cada documentário é narrado como um diário de expedição. A série conta ainda com trilha sonora original e inédita, além de desenhos e mapas. No primeiro episódio, que retrata o Parque Nacional das Emas, a narrativa explora a diversidade de espécies, como o veado-campeiro, a anta, o galito, a sucuri-verde, a ema, a coruja-buraqueira e várias outras. O programa apresenta a diversidade de ambientes do cerrado, um bioma ainda pouco conhecido, e as ameaças geradas pelo boom do agronegócio.

A série também vai apresentar ao público os Parques Nacionais da Serra da Canastra, da Serra da Bodoquena, das Sempre Vivas, do Descobrimento, do Pau Brasil, da Serra das Lontras, da Chapada Diamantina, do Pantanal Matogrossense, da Serra dos Órgãos, de Itatiaia, da Chapada dos Guimarães e de Boa Nova; as Reservas Biológicas de Sooretama e de Una, e as Estações Ecológicas de Taiamã e da Serra das Araras.

Bate-papo com os realizadores

Depois da apresentação do documentário, participaram de um animado bate-papo o grupo responsável pela produção. A bióloga, pesquisadora e coordenadora do projeto pela COC/FIOCRUZ, Luciana Alvarenga; o diretor, roteirista e coordenador pela TV Brasil/EBC, Carlos Sanches; a coordenadora do projeto pelo ICMBio, a chefe da Divisão de Comunicação Social e do ICMBio e coordenadora do projeto pelo Instituto, Marcia Muchagata. Também estiveram presentes Paula Izzo, responsáveis pela arte, e Flávia Tygel, que fez a trilha sonora, além de Carol Rodrigues, que editou o documentário.