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Homenagem a Bandeira de Mello marca encerramento do curso A Arte e a Técnica do Afresco

25 ago/2016

“Nossa sociedade é muito imediatista, feita de coisas que desaparecem com o tempo, mas a história é feita do que permanece, como a pintura em afresco”. A frase do pintor e desenhista Lydio Bandeira de Mello pode muito bem servir de epígrafe para encerramento do curso A Arte e a Técnica do Afresco, ocorrido ontem (24/8). Coordenada pela Oficina-Escola de Manguinhos da Casa de Oswaldo Cruz, a iniciativa deixa como legado para a cidade do Rio de janeiro 12 murais artísticos executados utilizando a técnica de pintura em afresco.

Durante a cerimônia, foram concedidos certificados de conclusão para os 13 alunos do curso, e lançados dois filmes, ambos da cineasta Cristiana Grunbach: o primeiro, Bandeira de Mello e a Arte do Afresco, faz parte da série Mestres e Ofícios da Construção Tradicional Brasileira e tem como objetivo registrar e divulgar o universo dos ofícios tradicionais que permeiam o patrimônio. Também foi exibido um trailer inédito da obra que registra a experiência do curso.

Para o diretor Paulo Elian, o projeto atinge o cerne de uma das preocupações da Casa de Oswaldo Cruz: “Além de ser uma celebração à vida e obra de Bandeira de Mello, a iniciativa mostra que uma instituição pública da área da saúde também pode estabelecer relações entre arte, história e patrimônio. Esse é o espírito da Fiocruz, desde sua criação”. Além de reafirmar a parceria da prefeitura, o secretário executivo da Comissão de Obras da Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Marques, parabenizou a COC: “O projeto leva conhecimento e cultura para locais onde esses princípios precisam ser estimulados, como a Zona Norte e Oeste do Rio de Janeiro”, frisou.

A cerimônia contou ainda com uma homenagem a Bandeira de Mello feita pelos alunos recém-formados. Representando a turma, Rafael Bteshe, autor da obra Os pescadores do Evangelho, executada na Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, na Maré, agradeceu pelo conhecimento transmitido e dedicação do mestre: “Ele nos atendia muitas vezes em horários incompatíveis com a rotina das aulas”. Foi prontamente interrompido: “Não existe horário para fazer o que se gosta”, atalhou Bandeira de Mello.

O curso A Arte e a Técnica do Afresco tem gestão cultural da Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC) e patrocínio da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec), e das empresas Sanofi e Concremat, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Contou ainda com apoio da Universidade Santa Úrsula, da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Senai-RJ.