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Fiocruz vence Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia

06 maio/2015

Liderado pela pesquisadora Luisa Massarani, o projeto ‘Monitoramento, capacitação e aprimoramento em jornalismo científico em países do Mercosul’, que reuniu dezenas de pesquisadores e jornalistas de 10 países ibero-americanos, conquistou o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia edição 2014, na categoria Integração. “Justamente o trabalho em equipe foi a parte mais bonita, pois reunimos a expertise das 40 pessoas envolvidas no projeto, nesta área ainda emergente do conhecimento”, destacou Luisa, do Núcleo de Estudos da Divulgação Cientifica do Museu da Vida, departamento da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).  

“Este projeto teve origem em outro, que iniciou com a formação de uma rede apoiada pelo Cyted, a Rede de Capacitação e Monitoramento em Jornalismo Científico. A partir dela, conseguimos associar capacitações (realizadas em 8 países da América Latina) e pesquisa sobre a cobertura da ciência na mídia. Para esta parte conseguimos também apoio do CNPq e da Faperj [Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro]”, ressaltou a pesquisadora.

A cerimônia de entrega do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia será no dia 17 de junho, no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), em Brasília. Foram inscritos 109 trabalhos, dos quais 60 foram pré-selecionados. Das quatro categorias atribuídas pelo prêmio (Estudante Universitário, Iniciação Científica, Integração e Jovem Pesquisador), os brasileiros venceram três. Os inscritos também foram indicados a receber menções honrosas. O valor total da premiação na categoria Integração é de US$ 20,5 mil.

Autora principal do trabalho vencedor, Luisa Massarani reuniu uma equipe composta por Acianela Montes de Oca, da Universidad Católica Andrés Bello (Venezuela); Ana María Vara, da Universidad Nacional de San Martín (Argentina); Daniel Hermelin Bravo, da Universidad EAFIT (Colômbia); Ildeu de Castro Moreira, da UFRJ; Maria del Carmen Cevallos, da Pontificia Universidad Católica del Ecuador (Equador); Marina Ramalho e Silva, do Núcleo de Estudos da Divulgação Cientifica (Museu da Vida/COC/Fiocruz); Tania Arboleda, do Observatorio Colombiano de Ciencia y Tecnología (Colômbia) e Juri Castelfranchi, da UFMG.

Diretora da Rede de Popularização da Ciência e a Tecnologia na América Latina e o Caribe (RedPOP-Unesco) desde 2014, ela destacou a integração com os países na conquista do Prêmio Mercosul. “De alguma forma, podemos dizer que são caminhos que se sobrepõem, que expressam nosso desejo de trabalhar com os países da região. O Museu da Vida tem sido muito ativo no trabalho em rede, com a RedPOP-UNESCO”, frisou Luisa.

“Um dia surgiu este sonho: o de fazermos juntos um projeto de capacitação e pesquisa em jornalismo científico. A meu ver, é muito importante colaborarmos com os países da região, pois temos desafios similares e, juntos, catalisamos nossos esforços”, revelou a pesquisadora.

Segundo ela, outros projetos comuns estão sendo consolidados. Ela aproveitou para fazer um convite à próxima reunião da RedPOP-Unesco, este mês em Medellín, na Colômbia. São esperados cerca de 400 pesquisadores e profissionais dedicados à popularização da ciência.

O projeto

Com objetivo de aprimorar a prática de jornalismo científico, no tocante às mídias sociais e outros instrumentos, o projeto ‘Monitoramento, capacitação e aprimoramento em jornalismo científico em países do Mercosul’ foi coordenado pelo Núcleo de Estudos da Divulgação Científica, do Museu da Vida (COC/Fiocruz). Ele reuniu pesquisadores e jornalistas de 14 instituições da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Venezuela, além de Cuba, Espanha, México e Portugal. A iniciativa se desenvolveu a partir da Rede Ibero-americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico, e contou com recursos do Programa Cyted e do CNPq.

A rede possui duas vertentes: pesquisa (monitoramento da mídia) e capacitação. Na primeira, foi desenvolvido um protocolo de pesquisa que buscou identificar e caracterizar as matérias de ciência e tecnologia em telejornais. Este protocolo foi aplicado no principal telejornal do Brasil (Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão) e no da Colômbia (Noticias Caracol, da Caracol Televisión), que foi em particular desenvolvido pelo Museu da Vida e pelas colombianas Pontificia Universidad Javeriana e Universidad EAFIT.

A partir do diagnóstico observado na etapa de pesquisa, associada à experiência prática da equipe, foram realizadas capacitações em cinco países do Mercosul, destinadas a jornalistas, cientistas e estudantes. O objetivo era o aprimoramento do jornalismo científico, capacitando cerca de 500 profissionais, entre jornalistas, cientistas, comunicadores da ciência e estudantes universitários de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela.

Sobre o prêmio

Inicialmente chamada de Prêmio Mercosul para Jovens Pesquisadores, a premiação foi criada pela Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do Mercosul (RECyT) em 1998. O objetivo é premiar os trabalhos que representem potencial contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico dos países membros e associados ao Mercosul, bem como incentivar a realização de pesquisa científica, tecnológica e a inovação no bloco e contribuir para o processo de integração regional.