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De casa nova: o acervo Carlos Chagas chega ao CDHS

27 out/2021

Um dos mais importantes cientistas brasileiros, Carlos Chagas (1879-1934) também está de casa nova! Os documentos e obras que integram o acervo Carlos Chagas, que revelam a trajetória profissional e científica do pesquisador e registram a “era bacteriológica”, momento de efervescência pelo qual passava a medicina, estão agora no Centro de Documentação e História da Ciência (CDHS).

Além de atuar como diretor do Instituto Oswaldo Cruz (1917-1934), embrião da Fiocruz, entre outros realizações, Chagas descobriu o ciclo evolutivo da Tripanossomíase Americana, popularmente conhecida como Doença de Chagas, em 1909. Um feito notável, como demonstram as palavras de Oswaldo Cruz: “O descobrimento desta moléstia constitui o mais belo exemplo do poder da lógica a serviço da ciência. Nunca até agora, nos domínios das pesquisas biológicas, se tinha feito um descobrimento tão complexo e brilhante e, o que mais, por um só pesquisador”.

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Coleção Carlos Chagas

A coleção é composta de 335 livros com assinatura do cientista e dedicatórias. Dentre as obras raras, destacam-se “Através da Bahia: excerptos da obra Reise in Brasilien”, trabalho dos naturalistas Von Spix e Von Martius, que descreveram a fauna e a flora do Brasil em expedição realizada entre 1817 e 1820; “Actos de fé: discursos”, publicação de 1928, que contém ex-líbris editorial e, como epígrafe, a célebre frase de Oswaldo Cruz “Não esmorecer para não desmerecer”; e “Manuel d’histologie pathologique”, publicado em 1884, exemplar carimbado, contendo folha de guarda decorada e dedicatória de Oswaldo Cruz.

Fundo Carlos Chagas

O arquivo histórico de Carlos Chagas aborda significativos trabalhos do médico nas áreas de pesquisa biológica e médico-sanitária e na saúde pública. São documentos epistolares, administrativos e acadêmicos, premiações, fotografias, caricaturas, periódicos, recortes de jornais e folhetos, entre outros itens, referentes à vida pessoal e trajetória profissional do cientista como pesquisador assistente, chefe de serviço e diretor do Instituto Oswaldo Cruz, diretor da Diretoria Geral de Saúde Pública, diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública, professor catedrático da Universidade do Rio de Janeiro, diretor do Centro Internacional de Leprologia, membro do Comitê de Higiene da Liga das Nações e de diversas sociedades e associações científicas, bem como representante do Brasil em eventos no exterior.

Dentre os diversos documentos e tipologias arquivísticas variadas, destacam-se as fotografias e o filme realizado em Lassance, zona rural de Minas Gerais, para onde Chagas foi enviado em 1905, a fim de combater a “epidemia misteriosa" que interrompera obras de ampliação da ferrovia da Central do Brasil. Tratava-se, como o médico descobriria em seguida, da Tripanossomíase Americana.

Também estão presentes no acervo as imagens da expedição científica ao vale do rio Amazonas, entre 1912 e 1913, que reuniu, além de Chagas, Pacheco Leão e João Pedro de Albuquerque. Os cientistas percorreram os rios Solimões, Juruá, Purus, Acre, Iaco, Negro e o baixo Rio Branco com a missão de investigar as condições sanitárias e de vida dos principais centros de produção da borracha.