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Ciência Móvel lança temporada 2014-2015 com novas atrações

03 jul/2014

Pessoas retiram a fita na entrada do caminhão do Ciência Móvel 
Representantes da Fiocruz, dos parceiros e patrocinadores lançam a temporada
2014-2015 do projeto Ciência Móvel. Foto: Roberto Jesus Oscar

Num espetáculo circense marcado por elementos lúdicos, dois artistas fazem malabarismo e usam um chicote com precisão para cortar uma folha de papel em diversos pedaços. A apresentação, que busca ensinar desde frações a propriedades físicas do som às crianças de uma forma divertida é uma das novas atrações que o projeto Ciência Móvel – Vida e Saúde para Todos traz para a temporada 2014-215, lançada nesta quarta-feira (27) no Museu da Vida, na Fiocruz.

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As novidades não ficam por aí. Além das atividades circenses do coletivo Nopok, o caminhão do Ciência Móvel vai levar a diversas cidades outras atrações inéditas, como um jogo de tabuleiro sobre vacinação em que os próprios visitantes são as peças. Entre as novidades, está o mobiliário remodelado, além de uma programação visual diferente e novos elementos gráficos nas exposições. Completam a lista, esquetes teatrais da companhia Ziripitó e a exposição Ciência e Arte, resultado de parceria com a Fundação Portinari. As novas atrações serão incluídas ao longo da temporada.

Desde sua criação em 2006, o Ciência Móvel já atendeu 617 mil pessoas, uma média de 350 visitantes por hora. Desde então, foram realizadas 107 viagens a 74 municípios, totalizando 47 mil quilômetros percorridos na região Sudeste. “Esse projeto é parte de algo mais amplo, uma política nacional de divulgação da ciência, que é bem sucedida e que esperamos que tenha continuidade”, declarou no evento o diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC), Paulo Elian. “O sucesso do Ciência Móvel representa o sucesso do Museu da Vida”, acrescentou, sobre o centro de ciências da Fiocruz que completou 15 anos em maio.

Para o coordenador do Ciência Móvel, Marcus Soares, o desafio do projeto é levar suas atividades a municípios onde ainda não esteve. Para isso, ele destacou a importância dos parceiros Biomanguinhos e Fundação Cecierj, dos patrocinadores Sanofi e IBM, além do financiamento do CNPq. “Temos o desafio de aumentar a nossa capacidade de viagens e de conseguir chegar a cidades mais distantes do que as que já conseguimos visitar”, afirmou.

A vice-presidente cientifica da Fundação Cecierj, Mônica Dahmouche, também destacou o papel que o projeto tem cumprido na popularização da ciência. “O Ciência Móvel promove o encantamento de crianças e adultos do nosso País, em especial nas regiões mais distantes, em que as pessoas não têm acesso aos museus de ciências”, afirmou.

Para a executiva de Responsabilidade Social da IBM no Brasil, Alcely Barroso, projetos como este tornam mais fácil a aprendizagem do conteúdo ensinado nas escolas. “É uma maneira maravilhosa de aprender ciências […] Uma criança que aprende fração vendo isso não esquece mais”, declarou sobre a apresentação circense que passa a integrar as atividades levadas pelo caminhão aos municípios. “Esse projeto fomenta o nosso País para o progresso”, acrescentou.

Parceira do Ciência Móvel no desenvolvimento do jogo de tabuleiro sobre vacinação, Biomanguinhos foi representada no lançamento pelo seu vice-diretor de Produção, Antônio de Padua Barbosa. “Gostaria de expressar nossa satisfação com essa parceria que começou em 2013 e se concretizou com o Jogo das Vacinas. É de suma importância levar as crianças a conhecer de forma lúdica sobre a imunização”, afirmou.

A importância de levar conhecimentos científicos e conscientizar a população sobre a prevenção de doenças também foi destacada pelo diretor geral da Sanofi no Brasil, Patrice Zagamé. “Essa é uma iniciativa importante, porque não espera que a população vá em busca de educação e conscientização, mas leva isso até ela”, avaliou.

“Temos de disputar a percepção pública”

 Paulo Gadelha
 “A ciência deve ser passada diante, não pode não estar enclausurada”, declarou
o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha. Foto: Roberto Jesus Oscar.

A cerimônia de lançamento foi encerrada pelo presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha. Ele afirmou que a ciência não pode ficar confinada aos centros de pesquisa e ressaltou que o projeto Ciência Móvel cumpre importante papel na sua divulgação para a sociedade. “A ciência deve ser passada diante, não pode não estar enclausurada”, declarou Gadelha.

Para ele, o projeto pode ajudar a levar até a população discussões sobre questões sensíveis referentes à vacinação na atualidade, entre as quais a ameaça da volta da poliomielite, que tem se disseminado em países da África e da Ásia. A doença está erradicada no Brasil. “Temos hoje um desafio mundial, porque a pólio, uma doença que deveria estar controlada, está ficando em descontrole em função de conflitos em países, de aspectos de natureza cultural e do pouco entendimento do que significa esse processo de imunização”, disse.

Gadelha afirmou ainda que é preciso combater discursos que associam a vacinação ao surgimento de disfunções, como o autismo. “Temos formas de percepção incorretas sobre as ameaças de vacinação, como se a vacinação estivesse gerando autismo. Tudo isso é trabalhado na rede social de maneira muito dolosa, e os nossos mecanismos têm de disputar a percepção pública”, concluiu.