Símbolo da Fundação Oswaldo Cruz, o Pavilhão Mourisco – popularmente conhecido como Castelo da Fiocruz – é tema do 3º Seminário Caminhos da Arquitetura em Manguinhos: 100 anos do Pavilhão Mourisco. Promovido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o evento vai apresentar o contexto de construção do edifício, que chega ao seu centenário em 2018, além dos desafios contemporâneos e novas perspectivas para sua preservação e gestão. Idealizado pelo próprio Oswaldo Cruz, que desenhou seus primeiros esboços, e projetado pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior, o Castelo foi concebido para demarcar o nascimento da ciência no Brasil Republicano. O evento será realizado nos dias 27 e 28 de novembro, no Salão de Conferência do Centro de Documentação e História da Saúde (Av. Brasil 4365, Manguinhos – Rio de Janeiro). Confira o especial sobre os 100 anos do Castelo.
O simpósio integra as atividades da 8ª Semana do Patrimônio Fluminense. Para participar, os interessados devem enviar a ficha de inscrição [acesse] para o e-mail seminario100anos@fiocruz.br até 25 de novembro. As vagas são limitadas.
Para o arquiteto e urbanista Renato Gama-Rosa, pesquisador da COC e membro da comissão organizadora do evento, lembrar a história do Castelo da Fiocruz é celebrar a ciência e a saúde do Brasil. “Construído entre 1905 e 1918, o castelo Mourisco foi idealizado para marcar a gestão de Oswaldo Cruz à frente da Saúde Pública e a própria presença da Saúde Pública nas ações da nova república. Em 2018, o edifício histórico chega ao seu centenário sendo reconhecido como um ícone da ciência e da saúde no país”, ressaltou Renato, atual coordenador do Programa de Pós-Graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde da COC.
A conferência de abertura do simpósio recebe o arquiteto José Manuel Rodríguez Domingo, especialista do Departamento de História da Arte da Universidade de Granada, na Espanha, que abordará as singularidades da arquitetura espanhola e seu legado. A programação conta também com mesas-redondas sobre a variedade e o significado das ornamentações do Castelo da Fiocruz, o histórico de intervenções e as atividades realizadas para conservação e restauração do edifício, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1981.
Em março deste ano, o Conselho Deliberativo da Fiocruz designou uma comissão para elaborar um dossiê propondo a candidatura do Castelo a Patrimônio Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Nesse sentido, o evento recebe representantes de instituições que apresentarão as experiências brasileiras recentes de bens nomeados Patrimônio da Humanidade. “Além de comemorar os 100 anos de conclusão das obras do Pavilhão Mourisco, o encontro também visa trazer ao público especificidades do trabalho de preservação, que envolve ações de manutenção, conservação e restauração realizadas pelo Departamento de Patrimônio Histórico da COC”, destacou a arquiteta Ines El-Jaick Andrade, uma das organizadoras do evento.
A programação do Simpósio conta ainda com a inauguração da exposição Manguinhos Revelado, que acontece no dia 28/11, às 12h, no Pavilhão do Relógio. A mostra tem como objetivo divulgar o acervo documental formado por fotografias do conjunto de negativos de vidro, sob a guarda da Casa de Oswaldo Cruz, que apresentam em múltiplas imagens as origens da Fiocruz e o cotidiano das atividades de produção de soros e vacinas, de pesquisa e de ensino desenvolvidas pela instituição entre 1903 e 1946, e também as mudanças na paisagem urbana do Rio de Janeiro nesse período, com destaque para Manguinhos e suas imediações. Além disso, conta também com registros das expedições realizadas pelos cientistas de Manguinhos em várias regiões do País. A exposição pretende também apresentar fotografias que registram as várias fases de ocupação do Pavilhão do Relógio, edificação construída em 1904 para abrigar atividades relacionadas ao combate da peste bubônica, como a preparação do soro e vacina antipestosos. A importância desse acervo foi reconhecida em 2012 pelo Programa Memória do Mundo da Unesco como patrimônio documental brasileiro.
:: Confira a programação
27/11 | Terça-feira
9h | Credenciamento
9h30 | Mesa de abertura:
Nísia Trindade Lima, Presdidente da Fiocruz
Paulo Elian, diretor da COC/Fiocruz
Mônica da Costa, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
10h | Coffee break
10h | Conferência: Orientalismo na arquitetura espanhola e seu legado
José Manuel Rodríguez Domingo, Universidad de Granada
12h30 – 14h | Almoço
14h | Mesa-redonda: Pavilhão Mourisco: História e preservação
Pavilhão Mourisco: 100 anos, Renato Gama-Rosa (COC/Fiocruz)
Significados da ornamentação revivalista: o caso do Pavilhão Mourisco, Renata Barros (COC/Fiocruz)
Histórico das intervenções no Pavilhão Mourisco, Rosana Zouain (COC/Fiocruz)
16h | Debate
Mediadora: Inês El-Jaick Andrade (COC/Fiocruz)
28/11 | Quarta-feira
9h | Mesa-redonda: Conservação do Pavilhão Mourisco
Salvaguarda dos ofícios tradicionais do Pavilhão Mourisco, Sônia Nogueira (COC/Fiocruz)
Operações de conservação no Pavilhão Mourisco, Elisabete Edelvita (COC/Fiocruz)
Plano de Conservação Preventiva e Gestão de Riscos do Pavilhão Mourisco, Bruno Sá e Carla Coelho (COC/Fiocruz)
11h30 | Debate
Mediadora: Maria Luisa Carcereri (COC/Fiocruz)
12h | Inauguração da Exposição Manguinhos Revelado
Local: Pavilhão do Relógio
13h -14h | Almoço
14h | Mesa-redonda: Patrimônio Cultural da Humanidade: experiências brasileiras
Sítio Burle Marx, Cláudia Storino e Yanara Haas (Sítio Burle Marx/IPHAN)
Paisagem do Rio de Janeiro, Isabelle Cury (IPHAN-Rio)
Conjunto Arquitetônico da Pampulha, Flávio Carsalade (Escola de Arquitetura/UFMG)
15h:30 | Debate
Mediador: Marcos José Pinheiro
16h | Conferência
Memória do processo de tombamento do Conjunto Arquitetural de Manguinhos, Dora Alcântara