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Grupo de arquitetos de São Paulo recebe prêmio de projeto de Memorial Covid-19 Fiocruz, em semana de aniversário da Fundação

Vencedores do Concurso Memorial Covid-19 – Ciência e Saúde são premiados em semana que celebra 124 anos da Fiocruz

Nícolas Braga

29 maio/2024

O auditório do Museu da Vida Fiocruz, em Manguinhos, ficou lotado para a cerimônia de premiação do Concurso Memorial Covid-19 Fiocruz – Ciência e Saúde na quinta-feira, 23 de maio. Evento reuniu, além dos vencedores do certame, representantes das comunidades acadêmicas e científicas da Fundação.

Com 93 inscrições e 88 propostas recebidas, o concurso foi um sucesso e superou as expectativas da comissão organizadora. “Estamos felizes com o resultado e por entregar à Fiocruz, na semana de seu aniversário de 124 anos, o projeto do futuro memorial sobre a Covid-19”, afirmou o coordenador da competição, arquiteto e urbanista Cláudio Crispim.

A presidente do Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Marcela Abla, lembrou que a ideia de edificação de memorial em homenagem às brasileiras e aos brasileiros impactados pelo coronavírus foi demanda do próprio corpo de funcionários da Fiocruz, fato que levou a direção da casa a convidar o IAB-RJ para organizar o concurso público de projeto arquitetônico e paisagístico de âmbito nacional.

“O que a Fiocruz pretende é dedicar todo um espaço que, para além de um símbolo, constitui-se em um ambiente estimulador às reflexões sobre os significados desse dado momento histórico”, disse Marcela.

Para a presidente do IAB-RJ, todas as propostas apresentadas para o Memorial Covid-19 Fiocruz – Ciência e Saúde foram condizentes com o que foi estabelecido no Termo de Referência do concurso e de extrema qualidade. “Os trabalhos que obtiveram unanimidade na seleção responderão a contento aos anseios da comunidade da Fiocruz, possibilitando à sociedade espaço de serenidade e de reflexão sobre o imprescindível concurso de saberes correlatos e transversais na manutenção da saúde”, concluiu.

O diretor da Casa de Oswaldo Cruz, Marcos José de Araújo Pinheiro, recordou da conversa que teve com o presidente da Fiocruz, Mário Moreira, à época vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, assim que assumiu a direção da Casa. Moreira propôs a ideia de desenvolver algo que pudesse homenagear à instituição e todo o corpo funcional pelo momento vivido. “Conversei com Nísia Trindade, que sugeriu a construção do memorial Saúde e Democracia. A proposta foi apresentada ao grupo de trabalho do memorial, que definiu a necessidade de termos dois memoriais: um relativo à saúde, representado pela pandemia da Covid-19, e outro dedicado à democracia, que deve ser representado pelo massacre de Manguinhos”, explicou.

Segundo Marcos José, a experiência do concurso nacional de projeto arquitetônico e paisagístico foi bastante inovadora para todos. “Não sei, na história da Fiocruz, quanto há de concursos públicos na área de arquitetura e urbanismo, mas a experiência foi importante e exitosa dentro dos objetivos propostos”, defendeu.

O presidente da Fundação, Mário Moreira, agradeceu a todos os envolvidos com o concurso, em especial aos autores das 88 propostas apresentadas. Moreira destacou que a pandemia foi um período doloroso, e a entrega da Fundação foi fruto de muito sacrifício, em um contexto adverso. O memorial será uma recordação presente para que os erros do período não sejam repetidos.

“O que aconteceu no Brasil precisa ser registrado em todas as possibilidades de expressão. A gente tem que deixar a história registrada para esta e próximas gerações. Com saúde pública não se brinca. A ciência não pode ser desrespeitada. Como Marcos José falou, essa é uma etapa de processo permanente de construção da memória institucional da Fiocruz, ainda que esse memorial seja temático. Acredito que o memorial vai dialogar bastante com a história da Fundação na pandemia”, ressaltou Moreira. O presidente da Fiocruz lançou ainda o desafio de o memorial estar pronto para a celebração de 125 anos da Fiocruz.

Após anúncio do resultado do concurso, o arquiteto Paulo José Tripoloni, que divide a autoria do projeto com Pablo Mora Peludo, Gabriel Costa Dantas e Fernanda Macedo Haddad, falou da imensa satisfação com o resultado. “Tentamos trazer a percepção de que a ciência, pesquisa e Fiocruz estão à frente de tudo. Sem a ciência não há evolução. Há desinformação. Através do entendimento do local, tentamos criar algo que contemplasse o ciclo da resiliência e evolução humana: pesquisa, conhecimento e equilíbrio”, explicou.

O Concurso Memorial Covid-19 Fiocruz – Ciência e Saúde foi anunciado no dia 26 de janeiro, com a publicação do edital no dia 19 de fevereiro. A iniciativa é realização da Casa de Oswaldo Cruz, com patrocínio da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec).