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Soluções locais podem definir políticas nacionais de saúde

17 jul/2012

Práticas e arranjos locais podem se sobrepor aos modelos internacionais preponderantes na área da saúde? E o inverso, também é possível? Estas foram as questões centrais das exposições dos historiadores Gabriela Soto Laveaga, do Departamento de História da University of Califórnia Santa Bárbara; Diego Armus, professor de História da América Latina, do Departamento de História do Swarthmore College, e o chefe do Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz, Luiz Antonio Teixeira.

 

Em Veja mais, assista ao vídeo com a íntegra das palestras e confira artigos da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos relacionados aos temas.

 

No estudo Rural Health and Global Poverty during Mexico’s “social solidarity” years, 1970-1980, Gabriela Laveaga mostrou de que maneira a incorporação de elementos como condições socioeconômicas e contrastes culturais no conceito de saúde pública conseguiram deslocar o eixo da atenção à saúde. Antes apoiado no modelo internacional da terapêutica curativa, passou a focar as necessidades locais e a medicina preventiva. Como marco dessa transformação, a historiadora destacou a criação do projeto Coplamar, em 1977, que integrou governo, profissionais da saúde e população, possibilitando encontrar soluções para os problemas locais.

 

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Diego Armus. Foto de Roberto Jesus Oscar.

 

Diego Armus apresenta uma perspectiva inversa. Ele usa as mudanças na forma de tratar o fumo, hábito tradicional em Buenos Aires, – que passou de socialmente aceito a criminalizado – para defender a ideia de que as políticas sociais e de saúde locais podem ser reflexo de um contexto mais amplo. Mesmo com as campanhas reguladoras efetuadas periodicamente e as estatísticas de mortalidade atribuídas ao tabagismo na Argentina, somente quando se chegou a um consenso internacional sobre os males do tabagismo, principalmente com a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, houve uma queda progressiva do número de fumantes na cidade.

 

A longa história e difusão generalizada da colposcopia como método principal do controle do câncer foi o cenário utilizado por Luiz Antonio Teixeira para demonstrar que por vezes arranjos locais podem pautar a política de saúde, mesmo diante de um método consagrado no mundo inteiro, neste caso, o exame papanicolaou ou preventivo. Para isso, Teixeira analisou diversos fatores em jogo na época, como interesses profissionais, institucionais e políticas de governo. O estudo serviu ainda para refletir sobre as questões atuais relacionadas ao controle desse tipo de câncer.

 

 

 

Veja mais

 

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Cobertura da tarde de 28/06 | Palestras de Ana María Carrillo, Karina Inés Ramacciotti e Magali Romero Sá

Cobertura da tarde de 29/06 | Palestras de Jorge Lossio, Raul Necochea e Iris Borowy

 

Hist. cienc. saude-Manguinhos v.9 supl.0 Rio de Janeiro 2002

 

 

Hist. cienc. saude-Manguinhos v.13 n.3 Rio de Janeiro jul./set. 2006

 

 

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