Duas exposições, no campus da Fiocruz, foram inauguradas nesta quarta-feira, 23 de março, durante o Simpósio Internacional Brasil-Alemanha. O público confere a mostra Dresden, 1911: 100 anos da Exposição Internacional de Higiene, na Biblioteca de Ciências Biomédicas (BibiCB/Icict), que revela a participação do Brasil – único país das Américas a ter um pavilhão próprio no evento – na Exposição de Higiene e Demografia, realizada há 100 anos em Dresden, na Alemanha.
A mostra inclui um busto em gesso de uma paciente de Carlos Chagas, portadora de bócio. Além disso, painéis distribuídos pelo salão da biblioteca reproduzem o cenário da época e contam um pouco da trajetória do pavilhão brasileiro naquele encontro. Foto: Vinícius Pequeno
A outra exposição, no Castelo da Fiocruz, chama-se Ano da Ciência Brasil-Alemanha e reúne livros e periódicos científicos alemães pertencentes à Fiocruz. O acervo é composto de quase 70 mil volumes, sendo oito mil livros e 60 mil periódicos dos séculos 17 ao 20. As exposições resultam de uma iniciativa conjunta da Casa de Oswaldo Cruz (COC) e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), unidades da Fiocruz em Manguinhos.
Claude Pirmez, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz; Rolf Horstmann, diretor do Bernhard-Nocht-Institut für
Tropenmedizin / Hambürg; Michael Knipper, IGM-Universität Giessen.
Foto: Roberto Jesus Oscar
Na exposição aberta no Castelo, destacam-se obras como a Historia Naturalis Brasiliae (1648), de William Piso e George Marggraf, considerado o primeiro tratado sobre história natural brasileira, e Flora Brasiliensis (1840-1906), de Karl Friedrich Philipp von Martius, além de coleções de periódicos, como Flora oder Allgemeine Botanische Zeitung, desde 1819, e Virchows Archiv für Pathologische Anatomie und Physiologie und Klinische Medizin, desde 1847.
Exposição de Higiene e Demografia (Dresden – 1911)
Grande evento de divulgação científica e propaganda sanitária sobre temas relacionados à higiene, a Primeira Exposição Internacional de Higiene de Dresden ocupou uma área de 320 mil metros quadrados e foi visitada por um público estimado em cinco milhões e meio de pessoas, de maio a outubro de 1911. O Brasil foi o único país americano a construir um pavilhão próprio em Dresden, projetado por Luiz de Moraes, o arquiteto de Manguinhos.
Nesse pavilhão, além do farto material relativo à doença de Chagas, outros também foram expostos, relacionados à luta contra as doenças na capital federal e em cidades distantes do país, aos estudos de protozoologia e entomologia do Instituto Oswaldo Cruz, e à fabricação de produtos biológicos de uso humano e veterinário.
Serviço:
Exposição Dresden, 1911: 100 anos da Exposição Internacional de Higiene
Entrada gratuita.
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h.
Local: Biblioteca de Ciências Biomédicas de Manguinhos – Pavilhão Haity Moussatché.
Exposição Ano da Ciência Brasil-Alemanha ().
Visitação: de segunda a sexta-feira, de 8h30 às 16h30. Até abril. Entrada gratuita.
Local: Castelo da Fiocruz – 3º andar
End: Av. Brasil, 4365 – Manguinhos.
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