O livro Maiara e o castelo das descobertas conquistou o terceiro lugar na categoria Literatura Infantojuvenil da décima edição do Prêmio Abeu (Associação Brasileira de Editoras Universitárias). Publicada pela Editora UFMG, a obra foi escrita por Virgínia Schall (in memorian), Carla Gruzman, Simone Kropf e Thelma Lopes. “A elaboração do livro teve início há cerca de 15 anos, mas, infelizmente, não foi possível finalizá-lo [antes]. Virgínia [Schall] era uma pesquisadora incrível, com vários projetos direcionados a educação e popularização da ciência e saúde”, diz Gruzman.
Pesquisadoras da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), assim como Virgínia, a também educadora Carla Gruzman e a historiadora Simone Kropf tiveram a ideia de produzir um livro sobre a história da descoberta da doença de Chagas para crianças e jovens.
“Depois do seu falecimento, em 2015, guardamos com carinho todo o seu acervo e, nele, esta história sobre uma menina curiosa, Maiara. Agora, em sua memória e homenagem, chamamos Thelma Lopes para escrever e Helena Salomão para ilustrar”, explicou Carla sobre a obra premiada. Segundo ela, o texto estava praticamente pronto, faltando apenas o trecho final e a ilustração para concluir o livro.
O relato histórico do livro se dá por meio de uma narrativa ficcional. O Castelo de Manguinhos [Castelo da Fiocruz] e o trem-laboratório usado pelo sanitarista Carlos Chagas (1879-1934) ganham destaque na trama, que une ciência, mistério e diversão. No início do século passado, o pesquisador descobriu a doença, o causador e o transmissor, feito considerado um marco da ciência nacional.
Segundo as autoras, as descobertas científicas são vistas em geral como ‘essência’ da atividade científica, sendo um desafio estimular a reflexão de que, além da “inspiração” individual do cientista, as descobertas dependem de contextos históricos e sociais específicos”.
As autoras expressaram agradecimentos especiais ao projeto Inova, coordenado por Denise Nacif Pimenta e Polyana Valente, do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), e à Editora UFMG, com o selo infantojuvenil Estraladabão. Elas “possibilitaram que outras pessoas possam participar dessa aventura”, concluem.
Virgínia Schall
Nascida a 2 de junho de 1954 em Montes Claros, Minas Gerais, Virgínia Torres Schall de Matos Pinto, Virgínia Schall ou apenas Gina, era psicóloga, divulgadora de ciência, pesquisadora e educadora. Trabalhou na Fundação Oswaldo Cruz, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Além de se dedicar à pesquisa, Virgínia Schall também foi escritora infantil e poetisa. Faleceu em 29 de abril de 2015, em Belo Horizonte.
Sobre o Prêmio Abeu
A Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu) abrange mais de cem editoras que trabalham com obras acadêmicas. O Prêmio Abeu foi instituído por meio de resolução interna em 26 de março de 2015, visando a distinguir, anualmente, as melhores edições universitárias no âmbito do conhecimento científico e acadêmico, bem como a realçar o projeto gráfico mais acurado.
A Abeu visa, com essa premiação, incentivar a qualificação das edições das casas editoras universitárias, bem como fomentar a produção técnico-científica, em relação tanto à excelência dos conhecimentos veiculados pelos títulos quanto à concepção estética das edições. A cerimônia de entrega do Prêmio, ocorreu em 21 de novembro, no Teatro da Unibes Cultural, em São Paulo.