Sediada em Paris, Divisão de História da Ciência e da Tecnologia é vinculada à União Internacional de História e Filosofia da Ciência e da Tecnologia
Editor científico da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos e professor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o historiador Marcos Cueto é o novo presidente eleito da Divisão de História da Ciência e da Tecnologia da União Internacional de História e Filosofia da Ciência e da Tecnologia (DHST/IUHPST, na sigla em inglês). A escolha foi feita durante o 25º Congresso Internacional de História da Ciência e da Tecnologia, em julho no Rio de Janeiro, que teve como tema central Ciência, tecnologia e medicina entre o global e o local.
Existe o desafio de fazer da DHST uma organização científica verdadeiramente global, com maior engajamento e cooperação de pesquisadores de diferentes partes do mundo.
“A eleição permite vislumbrar um maior diálogo e interação entre pesquisadores de países em desenvolvimento, de renda média e industrializados”, afirma Cueto, que será o primeiro historiador do Hemisfério Sul a ocupar o cargo. “Existe agora o desafio de fazer da divisão uma organização científica verdadeiramente global, com maior engajamento e cooperação de pesquisadores de diferentes partes do mundo”, diz o pesquisador, eleito por uma assembleia formada por representantes de todas as sociedades científicas nacionais e pelas comissões e seccionais que formam a divisão.
Na ocasião, também foram eleitos para a primeira e a segunda vice-presidências da Divisão de História da Ciência e da Tecnologia a pesquisadora norte-americana Angela Creager, da Universidade de Princeton, e o historiador brasileiro Luiz Carlos Soares, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além deles, a historiadora francesa Catherine Jami foi reeleita para o cargo de secretária geral.
As últimos três edições do Congresso Internacional de História da Ciência e da Tecnologia foram realizadas em cidades da Ásia e da Europa. Em 2005, Pequim sediou o evento, que, quatro anos depois, ocorreu em Budapeste. Em 2013, foi a vez de a cidade de Manchester, na Inglaterra, sediá-lo. No Rio de Janeiro, os 1.100 participantes se reuniram no campus da UFRJ na Praia Vermelha. O Brasil teve o maior número de representantes, com mais de 300 pesquisadores inscritos, seguido por Estados Unidos e China.
Em sua palestra proferida na abertura do último congresso, durante o qual foi eleito, Cueto examinou a trajetória da história da ciência latino-americana. Mostrou que essa história começa na década de 1930, com a chegada de imigrantes europeus a Buenos Aires. Ele analisou ainda as preocupações intelectuais que acompanharam o processo de profissionalização da disciplina na região nos últimos anos, como a discussão do conceito de recepção, centro e periferia, bem como a circulação transnacional do conhecimento e cientistas.
Na função de presidente eleito, Marcos Cueto terá a tarefa de acompanhar e apoiar o trabalho do Conselho da Divisão e do atual presidente em exercício, o historiador norte-americano Michael Osborne, especialista em medicina tropical francesa na Universidade do Estado do Oregon. No próximo Congresso Internacional de História da Ciência e Tecnologia, que acontecerá em Praga, em 2021, Cueto passará a ser o novo presidente em exercício da entidade pelos quatro anos seguintes.