Na Universidade de Maryland desde julho de 2011 como bolsista do convênio Capes – Comissão Fulbright, o aluno do Programa de Pós-Graduação da Casa de Oswaldo Cruz Rodrigo César Magalhães é o primeiro a conseguir a ‘Grant in-Aid’, uma modalidade de auxílio financeiro do Rockefeller Archives Center, durante o período conhecido como doutorado sanduíche. “Estou muito feliz”, diz em sua mensagem, em que descreve seu projeto de pesquisa sobre o combate à febre amarela no Brasil.
Ele participou de duas seleções para a bolsa de doutorado sanduíche: a do CNPq e a do convênio Capes–Comissão Fulbright e foi selecionado nas duas. Escolheu a bolsa da Comissão Fulbright. Hoje, Rodrigo é um “visiting research student” do Departamento de História daquela universidade norte-americana, e participa do Latin American Studies Center (Lasc) onde, com a orientação do professor Daryle Williams, participa de discussões, congressos e outros eventos acadêmicos.
O objetivo de sua pesquisa, intitulada “O desenvolvimento e a cooperação internacional em saúde: a campanha continental para a erradicação do Aedes aegypti e os seus impactos no Brasil (1914-1959)” é analisar a campanha mundial contra a febre amarela, iniciada em 1914 por Wickliffe Rose, da Fundação Rockefeller.
“Eu trabalho com a ideia de que esta campanha, desenvolvida entre as décadas de 1920 e 1940, continuou depois da Segunda Guerra Mundial, sob os auspícios da Organização Panamericana da Saúde”, diz explicando que “um dos elos entre os dois contextos seria o médico e sanitarista norte-americano Fred Soper.”
A pesquisa de Rodrigo, formado em história pela UFRJ, inclui consultas e levantamentos em vários arquivos, como nos do The National Archives and Records Administration (Nara), no College Park, em Maryland; na biblioteca da Organização Pan- Americana de Saúde, em Washington D.C.; na Biblioteca Nacional de Medicina, em Maryland e nos arquivos da Rockefeller, em Nova York.
Através do estudo da Campanha Continental para a Erradicação do Aedes aegypti, ele quer fazer uma análise da cooperação internacional na área da saúde entre o governo brasileiro e organizações internacionais como a Fundação Rockefeller e a OPAS antes e depois da Segunda Guerra Mundial.
Rodrigo verifica ainda os impactos dessa cooperação sobre a saúde pública no Brasil e as relações do país sul-americano com o governo norte-americano e seus vizinhos na América Latina. “Tudo isso em um cenário caracterizado por uma atmosfera de ‘otimismo sanitário’, pela emergência de planos e idéias de desenvolvimento nas Américas, pela entrada do continente no contexto da Guerra Fria e pelo nascimento de novas organizações internacionais, com destaque para a Organização Mundial da Saúde”.