Palestrantes do seminário “Câncer, Mulher e Saúde Pública'”
22 nov/2010
Luiz Carlos Zeferino é professor titular de ginecologia do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Trabalhou com Pinotti nas campanhas de prevenção do câncer de colo do útero em São Paulo. Com vasto conhecimento na área da prevenção dos cânceres ginecológicos, atua na área de medicina, com ênfase em ginecologia e obstetrícia. Dirigiu o Centro de Atenção Integral a Saúde da Mulher e foi superintendente do Hospital das Clínicas da Unicamp.
Cláudio Pompeiano Noronha é médico epidemiologista com mestrado na Ensp Fiocruz (1993), tem experiência na área de saúde coletiva, em especial em saúde pública, atuando principalmente no campo dos sistemas de informação em saúde, indicadores de avaliação de desempenho em saúde, prevenção, controle e vigilância do câncer, estudos de incidência, mortalidade e sobrevida em neoplasia. Hoje dirige a Coordenação Geral de Ações Estratégicas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Sahra Gibbon estuda as dimensões sociais e culturais do desenvolvimento da genética relacionada ao câncer de mama. A avaliação de riscos e testes genéticos para câncer de mama estão na vanguarda da pesquisa biomédica. A última década também marca o crescimento da “militância” da saúde em torno do câncer de mama. Utilizando abordagem etnográfica, Sahra Gibbon examina a relação entre esses acontecimentos aparentemente paralelos. Ela se baseia em pesquisa em duas arenas sociais contrastantes – as clínicas de genética de câncer e a pesquisa filantrópica sobre câncer de mama – explorando as práticas coletivas e as redes e identidades surgidas na tradução do conhecimento genético dos laboratórios para o resto do mundo. Ela aponta para uma poderosa forma social no âmbito da chamada “nova” genética que alinha gênero com o conhecimento e as tecnologias associadas com genes de câncer de mama, ao mesmo tempo, mostrando como os circuitos de conexão entre pessoas e práticas em diferentes espaços sociais operam de formas complexas e não lineares.
Ilana Löwy é Phd em biologia e historiadora das ciências e da medicina. Seus principais interesses de investigação incluem a relação laboratório e clínica durante o século XX. No âmbito dessa temática tem se voltado para diferentes aspectos, como a revolução bacteriológica, o desenvolvimento da bacteriologia e da imunologia e a história da medicina e das ciências biomédicas em países da América Latina e Leste Europeu. Ultimamente vem elaborando trabalhos sobre a noção de risco relacionada ao câncer e a relação dessa noção com a saúde pública. Ainda esse ano publicou “Preventive Strikes: Women, Precancer, and Prophylactic Surgery” analisando historicamente a relação entre a noção de risco vinculada à canceres ginecológicos e as práticas cirurgicas ou preventivas relacionadas à doença em diferentes épocas.
Yolanda Eraso trabalha com o discurso médico argentino e latino-americano no século XX. A psiquiatria, o câncer, as idéias eugênicas, gênero e representações sociais da maternidade são temas de suas pesquisas. Seu trabalhho atual se relaciona às iniciativas públicas e filantrópicas na luta contra o câncer feminino na Argentina (1920-1960), analisando diversos aspectos do câncer como um fenômeno sócio-biológico. O projeto também abarca comparações entre diferentes formações sociais, investigando como as variáveis de gênero têm operado na percepção da doença, o desenvolvimento de políticas governamentais e filantrópicas relacionadas ao câncer, a natureza de técnicas específicas de diagnóstico e tratamentos e a aplicação de diferentes padrões de intervenção médica.