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Museu da Vida leva exposição “Dengue” a Santos (SP)

08 jan/2015

Organizada pelo Museu da Vida em universo multimídia, interativo, divertido e ilustrado, a exposição “Dengue” traz uma série de informações sobre a doença e monitora a virose em tempo real, com acompanhamento de notificações – exibidas em um telão – em várias partes do mundo. É a primeira vez que o Estado de São Paulo recebe a mostra, que também apresenta um aspirador de mosquito, usado pela Vigilância Epidemiológica da Fiocruz, no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro.

Entre as atividades desenvolvidas, está o “Quintal Interativo”, uma oportunidade para o visitante observar ovos e a pupa de um mosquito com uso de lupas. Na brincadeira, o observador é estimulado a descobrir possíveis criadouros do Aedes aegypti, como pneus e caixas. Uma curiosidade: um mosquito fossilizado em âmbar de cerca de 30 milhões de anos pode ser visto na mostra. Dirigida ao público a partir de sete anos, a mostra “Dengue” será inaugurada na Casa da Frontaria Azulejada, em Santos (SP), às 10 horas, no dia 23 de janeiro de 2015.

A exposição é uma iniciativa da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), por intermédio do Museu da Vida e seus parceiros, em parceria com a Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde. “Dengue” conta com patrocínio da Sanofi e da Rede de Ações Integradas de Atenção à Saúde no Controle da Dengue, coordenada pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, com atuação nessas três áreas, sem excluir a pesquisa.

Segundo Miguel de Oliveira, curador da mostra, a dengue é uma “doença que acomete muitas pessoas, e que pode matar se não for tratada”. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 40% dos habitantes do planeta, ou 2,8 bilhões de pessoas, estão ameaçados pela dengue, cuja epidemia atinge países da Ásia, da Oceania, das Américas e da África. Na avaliação do biólogo, é importante a “conscientização do público de que a doença mata, mas pode ser evitada com o controle do mosquito”.

A exposição – produzida pela Folguedo – é aberta com a figura de um mosquito (Aedes aegypti) de mais de 2 metros esculpido por Ricardo Fernandes. O inseto convida o visitante ao primeiro módulo, que aborda o tema da biologia dos vetores, o que é e quais os outros mosquitos que podem transmitir a dengue, entre os quais o Aedes albopictus, muito comum na Ásia. O segundo módulo é dedicado ao vírus, explicando como ocorre a multiplicação no inseto e no ser humano.

No terceiro módulo, há uma série de informações sobre a doença, os principais sintomas e as complicações causadas pela dengue. O próximo é dedicado às pesquisas, com destaque para as experiências com uso de mosquitos transgênicos e com a bactéria Wolbachia (presente em várias espécies de insetos), usada para conter o vetor.

A parte final da mostra enfatiza o controle do mosquito. São abordadas, entre outras, as medidas para evitar sua proliferação como a campanha nacional “10 Minutos Contra a Dengue” – resultado da parceria entre Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Sesdec-RJ (Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil).

Uma área especial com capacidade para até 15 pessoas é dedicada à exibição de vídeos. Dois documentários já produzidos e dirigidos por Genilton José Vieira, do IOC, são exibidos: “O Mundo Macro e Micro do Mosquito Aedes aegypti – Para combatê-lo é preciso conhecê-lo” e “Aedes aegypti e Aedes albopictus: uma Ameaça nos Trópicos”. O primeiro recebeu diversos prêmios internacionais, como o segundo lugar no Festival Mif-Sciences (Cuba), em junho de 2006.

A mostra traz informações sobre o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde (MS). Participam da iniciativa capitais e municípios de regiões metropolitanas, cidades com mais de 100 mil habitantes e com grande fluxo de turistas e de fronteira. Entre as vantagens do Levantamento, está a identificação dos criadouros predominantes e a situação de infestação do município, o que permite o direcionamento das ações de controle para as áreas mais críticas.

Casa de Frontaria Azulejada

Construída em 1865 para servir de residência e armazém ao comendador português Manoel Joaquim Ferreira Netto, a Casa de Frontaria Azulejada é uma das mais significativas obras arquitetônicas de Santos. O prédio, com dois pavimentos, ficou conhecido pela fachada de influência neoclássica formada por azulejos em alto relevo importados de Portugal.  Foi concebida em forma de ‘U’ e tinha a abertura voltada para o mar e ia até o porto. O prédio é tombado pelo Iphan desde 1973. Em 1986, quando foi desapropriada pela prefeitura, a Casa de Frontaria Azulejada estava parcialmente destruída, sem o teto e o piso superior.  A recuperação da fachada da casa aconteceu em 1992, com a devolução da estrutura original da porta principal e dos azulejos, restaurados ou reproduzidos. Realizado pelo artista plástico Luís Sarasá, o trabalho constituiu tarefa artesanal, cujo resultado contabilizou sete mil peças novas. 

Serviço
Exposição “Dengue”
Local: Casa da Frontaria Azulejada – Rua do Comércio, nº 96 – Santos (SP).
Inauguração: 23 de janeiro de 2015, às 10h.
Visitação: segunda a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 14 às 17h30. Grátis.
Centro História – Telefone: (13) 3202-1240