O concurso nacional de projeto arquitetônico e paisagístico do memorial sobre a Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi oficialmente anunciado na sexta-feira, 26 de janeiro, na sede do Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), entidade organizadora da competição.
O lançamento contou com as participações da vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Maria de Lourdes Oliveira, do diretor da Casa Oswaldo Cruz, Marcos José de Araújo Pinheiro, do chefe do Departamento de Patrimônio Histórico da Fiocruz, Renato Gama-Rosa, da presidente do IAB-RJ, Marcela Abla, e do coordenador do concurso e conselheiro estadual do IAB-RJ, Cláudio Crispim.
Na ocasião, o diretor da Casa Oswaldo Cruz explicou que a construção do memorial busca atender a demanda de servidores e usuários da Fundação. Destacou ainda a importância do futuro espaço de memória como local de reflexão de um período que marcou o mundo, sobretudo o Brasil, que teve excesso de vítimas fatais.
“Cada um de nós temos uma memória específica desse momento. Alguns por conta da perda mais direta de familiares, amigos e conhecidos. Outros, por terem ficado doentes e sobrevivido. Ainda há aqueles que […] sofreram com o isolamento. Foram situações marcantes, que não podem passar em branco. Os memoriais servem para marcar momentos de reflexão, permitindo que isso possa ser passado para gerações futuras”, afirmou Marcos José.
![Entre árvores, chafariz aparece ao centro](https://coc.fiocruz.br/wp-content/uploads/2024/02/chafariz-fiocruz.jpg)
Local onde será erguido memorial da Fiocruz sobre a Covid-19. Foto: Jeferson Mendonça.
Ao passo que a Fiocruz contribuiu para uma série de conquistas importantes não somente ao processo de diagnóstico da Covid-19, mas sobretudo no combate à pandemia, com o desenvolvimento de vacinas em tempo recorde, Maria de Lourdes Oliveira destacou o memorial como um registro físico de um momento totalmente diferenciado, que deve ser preservado.
“Essa memória não pode ser esquecida. Não somente como forma de luto. Trata-se de lembrança e homenagem aos nossos que partiram”, disse a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz. Ainda segundo Maria de Lourdes, há um outro lado da pandemia que remete à capacidade de enfrentamento de desafios, a resiliência demonstrada, a esperança e solidariedade que merecem também serem enaltecidas.
De acordo com o coordenador do concurso, o edital e todos os detalhes da competição estarão disponíveis no site memorialcovidfiocruz.com.br a partir do dia 19 de fevereiro. Será através do portal que os interessados poderão realizar inscrição e submeter propostas, além de realizar consultas à comissão organizadora. “O site vai funcionar como plataforma de gestão do concurso em si. Trata-se de um modelo eficiente comprovadamente testado em concursos anteriores. As arquitetas e arquitetos e urbanistas de todo o país terão acesso ainda, via site, às imagens do local onde o memorial será implantado e poderão realizar tour virtual”, explicou Crispim.
O memorial sobre a pandemia de Covid-19 será implementado em uma área de 3.380 m², próximo à entrada principal da Fundação, em Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro. Por se tratar de área preservada de significativo valor histórico e cultural, as propostas deverão seguir as recomendações dos órgãos de preservação.
Ao parabenizar a Fiocruz por propor a construção de memorial sobre a Covid-19, a presidente do IAB-RJ ressaltou a importância da nova parceria entre a Fundação e o Departamento. “Este é um momento exemplar, não só por Fiocruz e IAB-RJ unirem forças novamente, mas por anunciarmos concurso para contratação de projeto no dia em que o IAB celebra 103 anos. A promoção de concursos públicos para contratação de projetos é campanha permanente do Instituto. É modelo de contratação que confere a devida lisura e transparência às licitações, além de valorizar a qualidade arquitetônica e urbanísticas das obras”, defendeu Marcela.
Além de arquitetos e urbanistas e profissionais da comunidade científica, o evento foi prestigiado por representantes das entidades estaduais de arquitetura e urbanismo, como a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Estado do Rio de Janeiro (ASBEA/RJ), a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEAERJ), além do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), da Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (FeNEA) e do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Espaço destinado à instalação do memorial, no campus da Fiocruz, em Manguinhos. Foto: Jeferson Mendonça.