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Livro revela o patrimônio arquitetônico da saúde em São Paulo

16 nov/2011

História da saúde em São Paulo: instituições e patrimônio arquitetônico (1808-1958) é o terceiro livro da coleção História e Patrimônio da Saúde, com lançamento marcado para o dia 30 de novembro, às 18h, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Organizado por Maria Lúcia Mott e Gisele Sanglard, História da saúde em São Paulo: instituições e patrimônio arquitetônico (1808-1958) reúne informações sobre as instituições de saúde de São Paulo a partir de suas edificações.  Oferece ao leitor – ao longo de seis capítulos – novos ângulos de análise e ressalta o valor dessas fontes documentais até então pouco exploradas pelos pesquisadores. O livro é acompanhado de um CD-ROM, que contém informações históricas e arquitetônicas sobre as instituições.

A obra traz ainda uma homenagem à organizadora Maria Lúcia Mott, que morreu vítima de câncer em junho na cidade de São Paulo. Segundo Gisele Sanglard, com quem ela dividiu a organização do livro, temas como a profissionalização feminina, notadamente das profissões menos valorizadas, a ação filantrópica e a regulamentação da profissão (ambas femininas) foram preocupações constantes da escritora ao longo de sua vida acadêmica.

Criada pela Fiocruz, com apoio da Pfizer, a coleção História e Patrimônio da Saúde integra o projeto da Rede Brasil do Patrimônio Cultural da Saúde e é dirigida pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). As obras são divididas em duas partes. A primeira é composta de artigos escritos por autores convidados, acompanhados de ilustrações. Já a segunda parte traz histórias das instituições e ilustrações de hospitais, maternidades e casas de saúde, cujo papel foi preponderante para a arquitetura desses locais. Os livros são editados pelas Editoras Fiocruz e Manole.

História da saúde em São Paulo: instituições e patrimônio arquitetônico (1808-1958) narra a importância do hospital na capital paulistana no primeiro capítulo, intitulado “Guerra e paz: alguns cenários da vida hospitalar”, escrito pela historiadora Denise Bernuzzi de Sant’Anna, que trava um diálogo com a moderna historiografia sobre o assunto. Ela mostra como saúde/doença e assistência se tornaram objetos do ambiente hospitalar e propõe uma reflexão sobre o papel do hospital na contemporaneidade, focalizando a atuação dos médicos e o funcionamento do sistema de saúde.

O segundo capítulo foi escrito por Renato Gama-Rosa Costa, arquiteto e pesquisador da COC. Em “Arquitetura hospitalar em São Paulo”, ele aborda as transformações dos espaços de saúde a partir do trabalho dos principais arquitetos dedicados à construção de hospitais na capital paulista entre a Primeira República e meados do século 20. Gama-Rosa convida o leitor a conhecer e refletir sobre a tradução dos preceitos médicos no traçado arquitetônico de nomes como Ramos de Azevedo, Ernesto de Souza Campos e Rino Levi.

A historiadora Márcia Regina Barros da Silva é autora do terceiro capítulo “Concepção de Saúde e doença nos debates parlamentares paulistas entre 1830-1900”, sobre as Atas do Poder Legislativo de São Paulo, que, segundo a pesquisadora, constituem o caminho de investigação sobre a história da saúde na cidade.  

O quarto capítulo foi escrito por Maria Lúcia Mott, Henrique Sugahara Francisco, Olga Sofia Fabergé Alves, Karla Maestrini e Cristiano Douglas Afonso da Silva. O grupo escreveu sob o título “Assistência à saúde, filantropia e gênero: as sociedades civis na cidade de São Paulo (1893-1929)”, usando como fonte a documentação do 1º Cartório de Notas da Capital (1880-1935), encontrada no Arquivo Público de São Paulo. Os historiadores analisam o tema das associações civis durante a Primeira República e mostram os diferentes tipos de sociedades e como elas se constituíram.

No quinto capítulo, “O discurso da excelência em solo paulista – Marchas e contramarchas na criação e instalação do Hospital das Clínicas (1916-1950)”, de André Mota e Maria Gabriela S. M. C. Marinho, discute-se o significado da inauguração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, que nasceu classificado como “o maior hospital da América Latina”.

O sexto e último capítulo, intitulado “As Irmandades de Misericórdia e as políticas públicas de assistência hospitalar no Estado de São Paulo no período republicano” de Nelson Ibañez, Ivomar Gomes Duarte e Carlos Eduardo Sampaio Burgos Dias, dedica-se ao estudo das relações entre os poderes públicos e as Santas Casas da Misericórdia paulistas.

Serviço

Título: “História da Saúde em São Paulo: instituições e patrimônio arquitetônico (1808-1958)”
Lançamento: 30 de novembro
Horário: 18h
Local: Faculdade de Medicina da USP – 4º andar Anfiteatro de Paramédicos.
End.: Av. Dr. Arnaldo, 455, Cerqueira César, São Paulo – SP.
Editoras: Fiocruz e Manole
Páginas: 244

 

 

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