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Livro analisa contexto histórico e desdobramentos contemporâneos da Mesa de Santiago do Chile

24 jul/2023

Organizada por pesquisadora da Casa, obra que aborda questões como a função social dos museus será lançada dia 30

 

Em maio de 1972, quando o Chile se destacava como referência em uma América Latina marcada por ditaduras, o país sediou um evento que se tornaria um marco para a museologia na região, onde se discutiram questões como o compromisso e a função social dos museus. Meio século após o encontro seminal, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) promoveu um seminário que resultou no livro 50 anos da Mesa-Redonda de Santiago do Chile (1972-2022): novos olhares sobre os museus. Editada pela Hucitec, a publicação será lançada no dia 30 de julho, às 16h30, no Museu da República, no Catete, zona sul do Rio.

Organizado pela pesquisadora da Casa, Luciana Heymann, a obra reúne reflexões sobre o evento de 1972 – uma realização da Divisão de Museus da UNESCO, em parceria com o Conselho Internacional de Museus (ICOM) – e analisa contextos contemporâneos sob a chave dos valores firmados e desafios propostos no Chile. O lançamento da publicação será realizado um dos eventos preparatórios para a XIV Reunião de Antropologia do Mercosul.

“O evento causou forte repercussão porque foi um chamamento para que os museus se conectassem às realidades sociais nas quais estavam inseridos, que trazia também uma crítica a formatos mais elitizados de museus. Houve ali uma mobilização importante, em uma época marcada pelas ditaduras do Cone Sul”, observa Luciana, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde (PPGPAT), da Casa.

Ao revisar o papel dos museus, o encontro de 1972 propôs um novo posicionamento da Museologia e de seus profissionais, o museu integral, “conectado à sociedade na qual está inserido, atento a seus problemas e demandas, ativo no engajamento da comunidade, interdisciplinar e acessível a todos”, escreve Luciana na Apresentação do livro. “De alguma maneira, muitas das questões mais inovadoras e disruptivas que dialogam com a dimensão social têm na Mesa de Santiago uma referência importante”, destaca.

No Prefácio, Renata Motta, presidente do Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (ICOM Brasil), e Diego Bevilaqua, vice-diretor de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica da Casa, enfatizam a importância da definição de museu integral e a necessidade de repensar essa função social no dia a dia da ação profissional e institucional, pois consideram que parte significativa dos mais de 3.800 museus em atuação no Brasil “tem um modelo institucional colonizado e em grande parte elitista”.

Na Apresentação da obras, também disponível para download em versão e-book, há uma antecipação do tema de cada um dos dez capítulos da publicação, que se divide em duas partes: Novas miradas para a Mesa de Santiago: história, memória e educação  (com textos de Leonardo Mellado González; Luciana Souza; Maria Esther Alvarez Valente; Carla Gruzman & Andréa Fernandes Costa; e Juliana Siqueira) e Novos paradigmas, políticas e poéticas(com capítulos de Alice Semedo; Mario Chagas, Renata Gonçalves & Simone Vassallo; Maria Paula de Oliveira Bonatto & William Matheus da Cruz Souza; Tony Willian Boita & Rosana Maria Ribeiro Borges; e Alda Heizer & Rafael Zamorano Bezerra).

Além de Luciana e Diego, a Casa está presente na publicação com textos de Carla Gruzman, pesquisadora do Museu da Vida Fiocruz e docente no Programa de Pós-Graduação em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde (PPGDC), vinculado à Casa; Paula Bonatto, coordenadora do Serviço de Educação do Museu da Vida Fiocruz; e Alda Heizer e Rafael Zamorano Bezerra, professores do PPGPAT.

Lançamento 
50 anos da Mesa-Redonda de Santiago do Chile (1972-2022): novos olhares sobre os museus (Hucitec Editora)
Organização: Luciana Heymann
Dia 30 de julho, às 16h30 
Museu da República (Rua do Catete, 153)