Dentre as comemorações dos 112 nos da Fundação Oswaldo Cruz se deu o lançamento do Inventário de Carlos Chagas Filho que, segundo a diretora da Casa de Oswaldo Cruz Nara Azevedo, “contém um valioso material para historiadores e pesquisadores interessados na institucionalização da ciência”.
Diante de uma grande platéia, que assistiu à comemoração dos 30 anos da revista Radis e dos 112 anos do Instituto Oswaldo Cruz, ao lançamento do novo Portal da Fiocruz e de alguns títulos da Editora Fiocruz, tudo isso aliado às apresentações do coral da Fiocruz e de Denise Studart, o presidente da Fiocruz Paulo Gadelha enfatizou que o acervo de Carlos Chagas Filho talvez seja o mais rico de todos e que uma série de menções atestam a sua riqueza. “Pessoa de uma simplicidade e acolhimento impar, Carlos Chagas Filho desempenhou um papel de grande relevo na ciência, na saúde pública e no desenvolvimento da cidadania entre nós”, disse.
O arquivo de Carlos Chagas Filho, divulgado no inventário, possui documentos acumulados e produzidos pelo cientista, entre os quais se destacam a riquíssima correspondência científica e a produção intelectual, contendo discursos, artigos, conferências, notas para a imprensa e entrevistas.
Ainda na cerimônia de lançamento do inventário, Paulo Gadelha destaca a importante contribuição do professor emérito da UFRJ Darcy Fontoura de Almeida nesse trabalho. “Darcy representa o filho, irmão e discípulo de Carlos Chagas Filho, além de coprodutor de tudo que ele produziu”, ressaltou.
Professor emérito da UFRJ, amigo e discípulo de Carlos Chagas
Filho, Darcy Fontoura de Almeida é aplaudido pelo público presente.
Foto: Roberto Jesus Oscar
Para a diretora da Casa de Oswaldo Cruz Nara Azevedo, a comemoração dos 112 anos da Fiocruz foi uma excelente oportunidade parta o lançamento do inventário. “Este é o espírito do doutor Carlos Chagas Filho. Homem de congraçamento, ele articulou e harmonizou o Instituto de Biofísica e esta instituição que o abrigou e com a qual ele possuía laços desde criança, quando acompanhava seu pai Carlos Chagas”, disse.
Segundo Nara, Carlos Chagas Filho deixou marca indelével na história da ciência no Brasil: a criação do Instituto de Biofísica em 1946, substituindo o Laboratório de Biofísica implantado por ele na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1938, quando assumiu aos 27 anos a cátedra de física biológica. Ela também abordou o esforço do cientista em profissionalizar a pesquisa científica, destacando a sua atuação em diversas agências de fomento à ciência, em sociedades científicas, na Organização das Nações Unidas, na Unesco e na Academia de Ciências do Vaticano, na qual contribuiu para a reabilitação de Galileu Galilei, dentre tantas outras.
Nara Azevedo, diretora da Casa de Oswaldo Cruz, agradece a doação
do acervo à família de Chagas Filho. Foto: Roberto Jesus Oscar
O presidente da Fiocruz finalizou a cerimônia, agradecendo a dedicação e o empenho de todos no trabalho. “À família Chagas, nosso profundo agradecimento pela doação desse acervo, que recebeu ao longo do trabalho de pesquisa e organização o melhor da competência e organização dos profissionais da Casa de Oswaldo Cruz e ao grande amigo e discípulo de Carlos Chagas Filho, Darcy Fontoura de Almeida”.
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