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Homenagem a David Capistrano Filho marca o primeiro dia do Fórum Fiocruz de Memória

03 dez/2019

O sanitarista David Capistrano Filho é o homenageado no dia 5 de dezembro, primeiro dia do Fórum Fiocruz de Memória, que aborda em sua segunda edição o tema Fiocruz 120 anos: ciência, memória e sociedade. O evento, promovido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) em parceria com a Presidência da Fundação Oswaldo Cruz, acontece no Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, no Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), no Campus da Fiocruz, em Manguinhos, Rio de Janeiro, a partir das 9h.

“Este é um momento muito especial, pois estaremos homenageando David Capistrano. Seu acervo doado à Fiocruz nos revela aspectos da sua trajetória, como um dos principais expoentes do movimento pela Reforma Sanitária, que culminou na construção do Sistema Único de Saúde”, sublinhou Paulo Elian, diretor da COC. A sessão de homenagem ao médico pernambucano será coordenada pelo editor da revista Radis, Rogério Lannes, por meio de uma mesa redonda que contará com a participação da filha de David Capistrano Filho, Adélia Benetti de Paula Capistrano, Paulo Amarante (Ensp/Fiocruz) e de Aparecida Linhares Pimenta, do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems–SP).

Veja a programação completa do Fórum

Uma vida em defesa da justiça e equidade para a saúde pública no Brasil

Líder estudantil, médico, jornalista, autor e editor de livros, articulador político, conferencista, mas sobretudo, um sanitarista, David Capistrano Filho (1948-2000) colaborou para a elaboração do texto que deu origem ao capítulo sobre o SUS na Constituição de 1988, além de ter sido mentor e articulador da criação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), da Revista Saúde em Debate e da Coleção Saúde em Debate.

Atuante no campo político, David Capistrano fez parte do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e Partido dos Trabalhadores (PT), sendo eleito para a direção estadual paulista e para o diretório nacional. Foi secretário de Saúde de Bauru, onde zerou a incidência de cárie em crianças menores de cinco anos e, em Santos, além de secretário, também atuou como prefeito entre 1993 e 1996, colocando em prática uma experiência no campo da Saúde Mental inédita no país: uma rede integrada de instituições, da qual os Núcleos de Apoio Psicossocial (NAPS) eram os eixos principais.

Voltou a trabalhar como médico sanitarista e desenvolveu com o médico Adib Jatene em 1994 o Programa Qualis/Saúde da Família, que reordenou o sistema de atenção à saúde no município de São Paulo. Foi responsável pela idealização e implementação dos programas Médico de Família e de Agentes de Saúde, abrindo caminho para uma nova ótica na saúde pública brasileira.