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Fotobiografia de Carlos Chagas é finalista do Prêmio Jabuti

03 set/2010

O livro Carlos Chagas, um cientista do Brasil é finalista na categoria biografia do 52º Prêmio Jabuti, o mais tradicional do país. Este ano 2.867 obras foram inscritas nas 21 categorias do prêmio, um recorde, segundo a Câmara Brasileira do Livro. A cerimônia de premiação dos vencedores será no dia 4 de novembro, na Sala São Paulo, na capital paulista, onde todos os ganhadores receberão a estatueta do Prêmio Jabuti 2010, além do prêmio em dinheiro, que varia entre R$ 3 mil e R$ 30 mil – este último valor entregue a cada um dos contemplados nas categorias Melhor Livro de Ficção e Não-Ficção.

reprodução capa do livro, com retrato ampliado de carlos chagasA obra escrita pelas historiadoras Simone Petraglia Kropf, da Casa de Oswaldo Cruz, e Aline Lopes de Lacerda é uma fotobiografia do cientista, responsável por uma das mais importantes descobertas da ciência biomédica brasileira – uma nova doença humana, seu causador, o protozoário Trypanosoma cruzi (nome dado em homenagem ao mestre Oswaldo Cruz) e o inseto transmissor (barbeiro) –, comunicada ao mundo em abril de 1909, e que marca as comemorações pelos cem anos desse feito. O livro publicado pela Editora Fiocruz foi lançado em dezembro de 2009, em versão bilíngüe com 308 páginas.

De acordo com a Câmara Brasileira do Livro, organizadora do Prêmio Jabuti, a escolha nas 21 categorias obedece à análise de jurados especializados, com experiência reconhecida em suas respectivas áreas de atuação. A contagem dos votos é feita em sessões abertas ao público e dividida em duas etapas. Na primeira, são selecionadas as 10 melhores obras em cada umas das 21 categorias. A segunda sessão pública indica os três primeiros lugares de cada categoria. Participam do Prêmio Jabuti editores, escritores, autores independentes, tradutores, ilustradores, produtores gráficos e designers.


Obra comemorou o centenário da descoberta da doença de Chagas

O livro mergulha na trajetória do cientista, sobretudo através de imagens, algumas inéditas, revelando sua infância na fazenda Bom Retiro, em Oliveira (MG); a formação médica do futuro diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC); as campanhas de que participou contra a malária; a extraordinária descoberta da doença batizada com seu nome; os estudos sobre este mal; a polêmica em torno da nova enfermidade; a viagem pela Amazônia; seu trabalho no IOC e a gestão da saúde pública federal; a vida acadêmica; aspectos da sua vida pessoal e familiar e, também, suas premiações e títulos conquistados.

 

Em Carlos Chagas, um cientista do Brasil, as autoras narram, ainda, a contribuição do cientista na luta para melhorar as condições sanitárias no interior do país, especialmente, das populações pobres das áreas rurais, bem como para a formação de profissionais da área de saúde pública. Fotografias, charges, caricaturas, desenhos, ilustrações científicas, além de documentos como cartas, anotações de pesquisa, matérias de jornal, publicações e diplomas fazem parte do livro, que se aproveita, fundamentalmente, do rico acervo da Casa de Oswaldo Cruz (COC) e, também, de instituições do Rio de Janeiro, Minas Gerais e de São Paulo.

Nascido em 1878, Carlos Justiniano Ribeiro Chagas percorreu o Brasil para conhecer, estudar e combater algumas das principais doenças que atingiam, e continuam ainda hoje a afligir a população brasileira. Ao realizar sua histórica descoberta na pequena Lassance (Minas Gerais), entrou, definitivamente, no universo dos mais importantes homens da ciência, no Brasil e no exterior, a ponto de ser duas vezes indicado ao Prêmio Nobel de Medicina. Ele morreu em 1934, depois de permanecer por 17 anos à frente do IOC. O livro, que contou com patrocínio da sanofi-aventis, joga mais luz sobre sua trajetória, reconstruindo um pouco da história do genial pesquisador e do gestor da saúde pública nacional.