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Fiocruz cria Jardim das Borboletas no campus de Manguinhos

27 ago/2010

Um lugar ornamentado por plantas e interatividade, protegido por rede e habitado por dezenas dos mais simpáticos e curiosos espécimes do reino animal. O cenário é o ‘Jardim das Borboletas’, uma iniciativa da Fiocruz para visitação e divulgação científica no campus de Manguinhos, como parte do Ano Internacional da Biodiversidade – anunciado pelas Nações Unidas (ONU) – e do desenvolvimento sustentável, tema da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, promovida em Brasília. Com 84m² de área, o visitante vai conhecer quatro espécies de borboletas: Olho-de-coruja (Caligo illioneus), encontrada em toda a América do Sul tropical, incluindo o sul do Brasil; Ponto-de-laranja (Anteos menippe), que habita a região da América Tropical; Borboleta-Brancão (Ascia monuste), vista no sul dos Estados Unidos, México, Américas Central e do Sul e Caribe, e Júlia (Dryas julia), vista no Sul dos Estados Unidos, México, América Central e ilhas do Caribe; América do Sul ao Leste dos Andes, até o Uruguai. Plantas como a palmeira-rafis (Rafphis excelsa), arbustos como camarão-azul (Eranthemum pulchellum) e dracena vermelha (Cordyline terminalis) compõem o Jardim. A inauguração será no dia 31 de agosto, às 9h30. Entrada gratuita.

 

Borboleta Olho de Coruja em primeiro plano, pousada próxima a um peçado de manga, no Jardim das Borboletas da Fiocruz

No Jardim das Borboletas, a Olho de Coruja pousada sobre uma manga

 

Nessa aventura pelo conhecimento, a partir do universo do inseto, o já tradicional circuito de visitação do Museu da Vida (Centro de Recepção, Parque da Ciência, Ciência em Cena, Biodescoberta e Passado e Presente), inclui uma trilha sinalizada pela área verde da instituição. E monitores treinados sobre as características da borboleta ajudarão na observação do meio ambiente e da diversidade da fauna e flora local. Ao final do programa, o público vai descobrir a diferença entre borboleta e mariposa, sobre o tempo de vida desse inseto, o que ele come, qual o segredo de suas variadas cores, como fazem para escapar dos predadores e as armas de que dispõem para sobreviver no mundo animal.

O interesse que o tema desperta – como já demonstrado durante a temporada da exposição ‘Insetos na Cultura Brasileira’ (IOC), no Museu da República, no Catete, no início do ano -, foi um dos principais fatores para a realização desse trabalho no campus de Manguinhos, onde poderá despertar ainda mais atenção.

Jovens cuidarão das borboletas – A vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Claude Pirmez, reforça a importância de interação do público com o objeto da mostra, bem como o caráter social do ‘Jardim das Borboletas’. E lembra que o local fica em frente ao Pavilhão que homenageia um especialista neste inseto.

“A exposição nos jardins do Museu da República foi um sucesso. Firmamos o compromisso de trazer o borboletário para o campus de Manguinhos, onde mais pessoas pudessem visitá-lo e experimentar aquela sensação de encantamento. Há, ainda, um cunho social no projeto, que se destaca pela transversalidade e transdisciplinaridade. A manutenção do borboletário exige uma estrutura de laboratório e jardinagem. Vamos treinar trabalhadores de jardinagem da Fiocruz e jovens da comunidade para cuidar das borboletas. É uma forma de fortalecer neles o pertencimento ao mundo da ciência. Cabe lembrar, por fim, que o borboletário ficará em frente ao Pavilhão Lauro Travassos, que foi justamente um especialista em borboletas”, concluiu a vice-presidente.

Beleza na Avenida Brasil – A biodiversidade brasileira tem sido lembrada na programação do Museu da Vida. A chefe do departamento, Luísa Massarani, ressalta a oportunidade de se conhecer a flora e a fauna no campus de Manguinhos.

“O Brasil é um dos países que tem a maior diversidade biológica do mundo. O Jardim das Borboletas faz parte de uma série de atividades que estamos organizando dentro do contexto do Ano Internacional da Biodiversidade, para despertar o interesse de pessoas de todas as idades sobre a importância e a beleza de nossa biodiversidade”, afirmou. Ela também sinaliza um outro aspecto: “Além disso, no contexto da Fiocruz, queremos mostrar ao público a biodiversidade do nosso campus. Afinal, poucos dos que passam pela poluída e engarrafada Avenida Brasil se dão conta da beleza que temos no campus!”.

Como vivem as borboletas – Para Ricardo Lourenço, entomologista do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e idealizador do borboletario que integra o espaco, a oportunidade de contato direto com o inseto pode revelar futuros naturalistas.

“Além da beleza e do colorido proporcionado pelos exemplares, o visitante ainda poderá acompanhar de perto a rotina desses animais, desde sua alimentação com néctar das flores até a cópula e a oviposição. O contato direto com o inseto vivo, observando sua morfologia e hábitos, pode estimular a vocação de futuros naturalistas, no caso dos jovens. Além disso, leva à reflexão sobre como a biodiversidade é importante por si só e para a preservação do equilíbrio ecológico do planeta”.

A proposta segue os lemas hands-on, minds-on e hearts-on, que oferecem oportunidades aos participantes de interagirem e se engajarem intelectual, emocional e fisicamente com os temas apresentados. O objetivo é levar ao público a percepção a mais próxima possível da realidade científica, a partir da relação direta com os experimentos, fazendo dele um sujeito ativo nessa relação.

Serviço:
Jardim das Borboletas
De 31 de agosto a dezembro 2010
Na sede da Fiocruz: Avenida Brasil, 4365, – Manguinhos – RJ.
De terça a sexta-feira, de 9 às 16h30. Aos sábados, de 10 às 16 horas.
Entrada gratuita.