Obras de arte do final do século 19 até o início do século 21 do acervo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) poderão ser apreciadas na exposição “O Acervo Artístico da Fiocruz”, que será inaugurada na próxima segunda-feira, dia 20 de setembro, às 11 horas, na sala 307 do Castelo. As 33 obras expostas integram um conjunto de 2.100 objetos mantidos na Reserva Técnica do Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz.
Com visitação gratuita, a mostra se insere na programação do ‘Ciência e Arte 2010’, que acontece de 20 a 23 de setembro, no campus de Manguinhos, para promover a articulação entre cientistas e artistas.
Conhecida pelas contribuições importantes para o desenvolvimento científico mundial ao longo de seus 110 anos, a Fiocruz também acumulou neste período uma expressiva coleção de obras de arte. O acervo está dividido em dois grupos. O primeiro reúne pinturas e esculturas representando retratos e bustos de personalidades marcantes da Fiocruz ou ligadas à saúde. O segundo é um conjunto de pinturas e desenhos e abrange todos os estilos e movimentos artísticos dos últimos 100 anos, desde obras do academismo brasileiro até a arte moderna e contemporânea.
Segundo a curadora da exposição Gisele Catel, antropóloga e historiadora da Casa de Oswaldo Cruz, a Fiocruz sempre teve (aliada a sua atuação na área científica) o compromisso com a arte. E ela destaca alguns exemplos do patrimônio da instituição espalhados pelo campus: o Castelo da Fiocruz; os painéis de azulejos de Burle Marx, no Instituto Oswaldo Cruz, e de Glauco Rodrigues, na entrada da Avenida Brasil.
O acervo da exposição inclui também um busto em bronze de Oswaldo Cruz, do escultor Rodolfo Bernardelli, expressão máxima do estilo neoclássico e acadêmico, e obras de importantes nomes das artes plásticas como Eliseu Visconti, com seu estilo simbolista e diáfano dado por pinceladas impressionistas, bem como pinturas pós-impressionistas de Manoel Santiago e retratos de João Batista da Costa e José Augusto Marques Junior. Do movimento modernista, a coleção possui uma obra de Portinari, considerado um dos maiores pintores do Brasil.
Figura feminina. C. Portinari, 1928
A arte contemporânea também está presente com uma pintura abstrata de Manabu Mabe e um retrato de Carlos Chagas Filho, do artista carioca Glauco Rodrigues, última peça acrescentada ao acervo no início deste século.
Ciência e arte na Fiocruz
Talvez haja quem se pergunte: por que existe, na Fiocruz, um acervo de quadros e outros objetos artísticos? O acervo da pinacoteca é parte do acervo da Reserva Técnica, que possui cerca de 2.100 objetos que contam a história da Fundação Oswaldo Cruz e da própria consolidação da ciência em nosso país. A Reserva Técnica, por sua vez, está ligada ao Museu da Vida, espaço de integração entre ciência, cultura e sociedade da Casa de Oswaldo Cruz, que visa informar e educar em ciência, saúde e tecnologia de forma lúdica e criativa.
Marco na articulação da ciência e da arte na Fiocruz, “Ciência e Arte 2010”, realizado de 20 a 23 de setembro, comemora, também, os 10 anos de atividades dos cursos de Ciência e Arte do Instituto Oswaldo Cruz, e visa consolidar a rede de artistas e cientistas que militam pela integração desses dois campos.
Serviço
Exposição: “O Acervo Artístico da Fiocruz”
Inauguração: 20 de setembro, às 11 horas.
Local: sala 307, Castelo da Fiocruz.
Visitação até 20 de novembro: de terça a sexta-feira, de 9h às 16h30, e aos sábados, de 10h às 16 h. Entrada gratuita.
Endereço: Av. Brasil, 4365 – Manguinhos
