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Desenvolvimento institucional como meta da cooperação Brasil-África

25 mar/2013

O simpósio História, Ciência, Saúde e Arte na África abordou diversos campos de cooperação entre o Brasil e a África. Um deles foi a agricultura, que, ao lado da saúde, concentra grande parte das parcerias que atravessam o oceano. O assunto foi tratado por Marcelo Saldanha, assessor da chefia geral da Embrapa Solos e um dos responsáveis pelos programa de cooperação com Moçambique. Essencialmente de subsistência e marcada por características que remontam à pré-história, como o nomadismo, o setor agrícola no país africano tem contado com o apoio do órgão governamental brasileiro para se modernizar.

 

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Para Sousa e Silva (à direita), Brasil deve  atuar continuamente
em projetos de cooperação com a África. Foto: Vinícius Pequeno

“O primeiro escopo do nosso projeto é o desenvolvimento institucional. Queremos fazê-los ver as coisas da forma como a Embrapa as vê: de forma empresarial. Isso tem seu lado positivo e negativo, mas nos dá muita agilidade para fazer com que as coisas aconteçam”, afirmou Saldanha em sua apresentação. Os desafios são grandes, admite o assessor, e vão desde a falta de equipamentos e insumos no país ao aumento agressivo da presença chinesa em Moçambique com suas plantações de soja e com práticas muitas vezes inadequadas, como desmatamento.

 

Ex-embaixador do Brasil em Moçambique, Antônio de Sousa e Silva defendeu a presença contínua do País em projetos de cooperação com a África. Para ele, parcerias como as apresentadas durante o seminário levam bastante tempo para apresentar seus primeiros resultados e, por isso, é preciso um esforço de governos e outras organizações para que sejam mantidos.

 

“É caro, custoso, trabalhoso e os resultados não são sempre aparentes. Esse esforço, mais do que (gerar) resultados imediatos, são um processo, de mostrar maneiras de se fazer determinadas coisas, de enfrentar determinados problemas de maneira mais simples, adaptadas ao local. Minha recomendação é a de mantermos gente (na África). Não podemos ter ‘soluços’ na nossa ação. Tendo um ‘soluço’, permitimos a outra parte de ter um ‘soluço’ ainda maior”, afirmou.