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COC marcou presença no Abrascão 2018

25 jul/2018

Entre os dias 26 e 29 de julho, o campus da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, foi palco de um dos mais importantes fóruns científicos do mundo, o Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão [Para saber mais, clique aqui]. Com milhares de participantes inscritos, profissionais da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) são autores ou coautores de diversos trabalhos aprovados para a 12ª edição do encontro. Entre os temas das pesquisas e experiências que serão apresentadas pela COC estão ‘Loucura, trabalho e sexualidade, inclusão de pessoas com deficiência’, ‘Promoção da saúde e popularização da ciência’ e a ‘Repercussão da “pílula do câncer” no youtube’, entro outros. Confira:

Apresentação na categoria Comunicação Curta: Loucura, Trabalho e Sexualidade: internos da Colônia Juliano Moreira, RJ (1930-1945), por Anna Beatriz de Sá Almeida, Historiadora do Departamento de Pesquisa em História da Saúde e das Ciências. A pesquisa tem como objetivo analisar a história de homens internados na Colônia Juliano Moreira (CJM), em função do diagnóstico de doenças mentais, os quais apresentaram indícios em suas documentações de internações consequentes das suas atividades profissionais e/ou condições de trabalho e de indícios homossexualidade. Dia 29 de julho, às 8h, no Auditório Sérgio Arouca do prédio da Asfoc.

Comunicação Oral: Saúde coletiva: um termo em disputa, por Tania Fernandes, pesquisadora Historiadora do Departamento de Pesquisa em História da Saúde e das Ciências. O estudo analisa a configuração da Saúde Coletiva no Brasil, enquanto área de conhecimento e práticas, onde universidades e instituições de pesquisa ocupam lugar de relevo. Importa ressaltar que termos e conceitos estão regularmente sob mutação de sentidos e significados, cuja polissemia se constrói nas mais diversificadas relações de poder e em temporalidades e espacialidades distintas. Dia: 27 de julho, às 13h10, Sala III – B17 (40 pax) do INI (IPEC).

Minicurso: A Reforma Sanitária Brasileira e a construção do Sistema Único de Saúde (1970-1980) – história e historiografia. A iniciativa abordará o processo de construção da chamada reforma sanitária brasileira e suas conexões com o processo de construção e modelagem do Sistema Único de Saúde (SUS), no recorte temporal das décadas de 1970 e 1980. O minicurso é organizado pelos pesquisadores Carlos Henrique Paiva, Luiz Antônio Teixeira e Fernando Antônio Pires Alves, do Departamento de Pesquisa em História da Saúde e das Ciências. Dia 24 de julho, às 8h, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Reunião de Trabalho Pré-congresso: Profissionais do Museu da Vida debaterão temas como os desafios do desenvolvimento de pesquisas no campo da saúde coletiva em parceria com o público-alvo, no Brasil e no mundo, bem como a disseminação dessas pesquisas para a sociedade e para a avaliação. Dia 25 de julho, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Mesa redonda: Os 40 anos de Alma-Ata, por Carlos Henrique Paiva e Marcos Cueto, pesquisadores do Departamento de Pesquisa em História da Saúde e das Ciências. A apresentação fará um balanço da Atenção Primária à Saúde (APS), brasileira e internacional, a partir da efeméride dos 40 anos da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em Alma-Ata, em setembro de 1978. Destacará também a experiência brasileira, a partir dos marcos institucionais mais relevantes. Dia 26 de julho, às 15h, na Tenda Principal do Auditório 1.

Mesa redonda: Estratégias para promoção da saúde e gestão territorial democráticas em favelas, por Alessandro Batista, chefe do Museu da Vida da COC. Dia 27 de julho, às 15h, na sala de reuniões do Núcleo de Saúde do Trabalhador (Nust/Fiocruz). 

Reunião de Trabalho Pré-congresso: Profissionais do Museu da Vida debaterão temas como os desafios do desenvolvimento de pesquisas no campo da saúde coletiva em parceria com o público-alvo, no Brasil e no mundo, bem como a disseminação dessas pesquisas para a sociedade e para a avaliação. Dia 25 de julho, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Ações da Fiocruz por uma política institucional de acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência a partir da criação de um comitê temático. Este trabalho descreve as ações de um comitê que tem como objetivo implementar na Fiocruz, a partir de uma metodologia participativa, a Política de Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência. Formado por profissionais de diferentes unidades da instituição e com o lema “Nada sobre nós sem nós”, esse Comitê busca, entre outras ações, ampliar os canais de comunicação, escuta e participação da comunidade Fiocruz e da sociedade em geral com organizações e indivíduos que atuam no campo dos direitos das pessoas com deficiência.

Ciência, saúde e teatro: conectados, quebrando tabus
Com o objetivo de contribuir para um melhor entendimento sobre o papel do teatro na divulgação científica, este estudo analisa a recepção da peça “O rapaz da rabeca e a moça Rebeca”, que aborda questões relacionadas ao HIV/Aids. Além do tema sério e, muitas vezes, difícil, as pessoas que assistiram ao espetáculo eram pouco assíduas ao teatro e não o consideravam entre suas preferências de lazer. No entanto, elas avaliaram a experiência como positiva e qualificaram a peça como divertida e educativa. Os resultados mostram que, “para o público, as mensagens que prevaleceram foram da importância da prevenção, da quebra do tabu em torno da doença e da desconstrução do preconceito". De acordo com a pesquisa, “a peça foi capaz de gerar reflexão e debate, além de oferecer espaço para obter informação e tirar dúvida”.

Fosfoetanolamina sintética: a repercussão da “pílula do câncer” no Youtube
Este estudo analisou como a polêmica em torno da fosfoetanolamina sintética foi retratada no Youtube, além de investigar o papel dos usuários na criação de conteúdos. Desde meados da década de 1990, a Universidade de São Paulo (USP) produzia pílulas de fosfoetanolamina sintética, distribuídas a pacientes com câncer. No final de 2015, uma portaria publicada pela Universidade proibiu essa prática, com grande repercussão na mídia nacional e internacional. O assunto teve enorme presença e visibilidade no Youtube, que se mostrou uma ferramenta de impacto sobre um tema controverso. O estudo aponta também a força dos videoblogs, produções de vídeos pessoais para internet – um modelo barato de divulgação científica que alcança milhares de pessoas.

Pelos caminhos do SUS: dimensões de uma exposição em saúde sob o olhar de seus visitantes
A exposição ‘Pelos caminhos do SUS’ surgiu a partir de uma parceria da Fiocruz com o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e foi desenvolvida pelo Museu da Vida juntamente com pesquisadores do Observatório História e Saúde, vinculados à Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Ela esteve em cartaz no Museu durante um ano e, nesse período, realizou-se uma pesquisa para conhecer as impressões dos visitantes, com retorno positivo. Apesar das críticas às dificuldades no atendimento, eles destacaram boas experiências com o SUS. A maioria, porém, não sabia que pode participar da gestão do SUS por meio dos conselhos, o que aponta para a falta de espaços de discussão sobre o sistema de saúde. Os achados da pesquisa reforçam a hipótese de que a exposição é um espaço de promoção da saúde de forma emancipatória.

Pesquisa científica e tecnológica para inovação em educação e comunicação para a prevenção da zika e doenças correlatas nos territórios: território de Manguinhos
Por meio da construção de um modelo de educação ambiental, sanitária e de popularização da ciência, o objetivo deste trabalho é integrar a comunidade escolar e demais instituições de educação, saúde, ciência e tecnologia à rede de mobilização social no território e, assim, enfrentar os determinantes sociais, os riscos e agravos diante da zika. Trata-se de uma pesquisa-ação, desenvolvida em Manguinhos, que inclui fóruns, formação de multiplicadores, exposições, audiovisuais e outras ações que gerem efeitos duráveis de prevenção à zika e outras doenças.

Promoção da saúde e popularização da ciência: um relato de experiência sobre as ações territorializadas do Museu da Vida/Fiocruz
Com metodologia colaborativa, este projeto incluiu o planejamento, a realização e a avaliação de uma atividade educativa no Núcleo de Atenção Interdisciplinar ao Desenvolvimento Infantil (Naidi) de Santa Cruz. Buscou-se envolver trabalhadores e pacientes no debate sobre o conceito ampliado de saúde. Após uma contação de história, foi realizada uma roda de conversa sobre o tema preconceito. Como resultado, criou-se coletivamente um rap, onde os pacientes – protagonistas da ação – expressaram suas visões acerca do debate. Essa atividade, chamada Rap e Consciência, ilustra a importância das trocas dialógicas entre pacientes, trabalhadores do Naidi de Santa Cruz e a equipe de Ações Territorializadas do Museu da Vida. A experiência reforça também que o fortalecimento da saúde pública requer a formação de sujeitos críticos e participativos, e que o direito à saúde abrange também o acesso à educação e à cultura.