Neste mês de outubro, a Profa. Dra. Milagros Vaillant, cientista da conservação e pesquisadora vinculada à União de Escritores e Artistas de Cuba, esteve no Brasil dando continuidade a sua atuação no “Projeto Cooperativo de Conservação Preventiva como Ferramenta para Instituições Cariocas que Abrigam Bens Culturais”.
Milagros durante a reunião de encerramento do projeto. Foto: Comunicação COC
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Em sua primeira visita, em novembro de 2009, Milagros ministrou treinamentos para profissionais que trabalham nas instituições participantes do projeto, entre elas a Fiocruz, representada pelo Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz e pela Biblioteca de Ciências Biomédicas da Fiocruz, realizando ainda um diagnóstico de suas instalações. Nesta nova etapa, a cientista prestou assessoria para que as instituições participantes estabelecessem planos próprios de conservação preventiva.
A partir da análise dos dados climatológicos sobre os locais em que é preservado o acervo – tanto no interior das instalações como nas áreas em que as instituições estão inseridas – foi possível compreender de que maneira estes influenciam na deterioração de acervos. “Estes dados nos mostram uma fotografia de como estamos hoje. Mas o importante é que este trabalho seja sistemático. As instituições que pretendem trabalhar com conservação preventiva têm que abraçar a causa de verdade, e dedicar um tempo a essa tarefa”, disse Milagros, na reunião de encerramento da segunda e última etapa do projeto.
Fotografia do grupo participante do projeto, nas escadarias do Mast. Foto: Comunicação COC |
Ainda de acordo com a cientista, um dos pontos mais importantes do trabalho realizado foi a criação de um grupo interinstitucional, composto por instituições cariocas que tratam de acervos, e o estabelecimento de uma linguagem comum entre estes profissionais: “Está clara a mudança de mentalidade, que se tornou mais analítica. Até a linguagem mudou, estes profissionais realmente incorporaram a prevenção em seu trabalho cotidiano. Agora é importante que esse grupo permaneça atuante e unido. É preciso que os estudos feitos sejam realmente utilizados, avaliados e analisados, e não guardados nas gavetas”, disse.
Outro resultado do projeto será a publicação de um livro, com o apoio da Fiocruz e da Casa de Rui Barbosa, relatando a experiência do trabalho realizado. Este material, que terá versões em português e espanhol, deve ajudar ainda no desafio apontado por Milagros: “As pessoas precisam saber desta experiência, que deve ser estendida ao resto do país. Especialmente a Fiocruz, que é uma instituição com unidades em todo o Brasil, deve compartilhar e disseminar esse aprendizado e a cultura da prevenção, que hoje é o ponto crucial da Conservação”, disse Vaillant.
A vinda da professora ao Brasil foi coordenada pelo Mast, que integra o Grupo Interinstitucional de Estudos sobre Biodeterioração em Acervos, composto pelas seguintes instituições: Fundação Casa de Rui Barbosa, Arquivo Nacional; Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro; Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro; Fiocruz (COC e Icict); Mast, Iphan e Biblioteca Nacional.