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Casa de Oswaldo Cruz lamenta morte de historiadora Maria Lucia Mott

27 jun/2011

Colegas e familiares prestam última homenagem à pesquisadora que morreu em São Paulo, onde é cremada hoje. Formada em história pela USP nos anos de 1970, onde fez o doutorado e o pós-doutorado, nos últimos anos trabalhava como pesquisadora do Instituto Butantan, como coordenadora do Laboratório de História.

Sua tese Parto, parteiras e parturientes no século 19: mme. Durocher e sua época, defendida em 1988, tornou-se fundamental para aqueles que queriam se dedicar ao estudo que envolvia “as artes de partejar no Brasil”.

Atualmente vinha se dedicando às pesquisas voltadas para a história das políticas públicas e instituições de saúde, com ênfase nas instituições médico-assistenciais, bem como para assuntos relativos à memória, gênero e saúde, quando estudou sobre a história de trabalhadores da saúde. Outros dos temas de seus estudos foram a história da assistência ao parto, a filantropia e o gênero e a imigração e saúde.

A partir de 2007, coordenou a equipe de São Paulo da Rede Brasil de Patrimônio Cultural da Saúde, dirigida pela Casa de Oswaldo Cruz. Nessa Rede, fez um levantamento das instituições de saúde paulistas desde o período colonial até a década de 1950, ao mesmo tempo em que organizou documentação sobre o tema. Trabalhava na organização no livro História da Saúde em São Paulo: instituições e patrimônio arquitetônico da coleção História & Patrimônio da Saúde,com publicação prevista para outubro.

Suas pesquisas resultaram em diversos trabalhos sobre a história da saúde, como a organização do livro O gesto que salva: Pérola Byington e a cruzada pró-infância (São Paulo: Grifo Projetos Históricos e Editorias, 2005), além de artigos em conjunto com sua equipe, como “Moças e senhoras dentistas: formação, titulação e mercado de trabalho nas primeiras décadas da República” publicado em História, Ciências, Saúde-Manguinhos (v.15, 2008) e “Médicos e médicas em São Paulo e os livros de registros do Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional (1892-1932)” publicado em Ciência & Saúde Coletiva (v.13, 2008).

Maria Lúcia lutou um ano contra o câncer e deixou o marido José Ignácio e a filha, Veridiana.