Os painéis de fundo preto e letras brancas destacam os cartazes históricos coloridos que divulgam o cigarro como símbolo de status e saúde. Um deles traz a foto de um dos casais de maior sucesso em Hollywood: olhando para o marido Humphrey Bogart, Laurren Bacall diz que adora vê-lo fumar.
As propagandas pró-tabagismo das décadas de 1930, 1940 e 1950 contrastam com a publicidade contemporânea, alertas impressionantes sobre os riscos que o cigarro provoca à saúde. Em várias reproduções da época, pretensos médicos de aspecto muito saudável fumam e divulgam resultados de testes pseudocientíficos concluindo que determinada marca de cigarro era “muito menos irritante para o nariz e a garganta”.
Um certo dr. Batty`s ressalta as qualidades de um cigarro que traz alívio imediato para casos de asma, rinite, falta de ar e gripe. Era fácil esse tipo de publicidade, pois ainda não se sabia que danos à saúde o cigarro provocaria.
Na exposição “Propagandas de cigarro: como a indústria do fumo enganou as pessoas”, temas diversificados são distribuídos pela ampla sala 307 do castelo da Fiocruz.
Você vai ficar sabendo, por exemplo, que durante a 1ª Guerra Mundial, o cigarro foi distribuído aos soldados americanos, nas trincheiras. O general John J. Pershing, comandante da Força Expedicionária Americana na Europa, teria declarado que “para vencer a guerra precisamos de fumo como de balas”.
Se na 1ª Guerra o cigarro saiu da clandestinidade e motivou atos de civismo, como doações ao “Fundo de tabaco para nossos rapazes na França”, pouco tempo depois a indústria tabagista conseguiu a proeza de transformá-lo em ícone da saúde e modernidade.
Astros do cinema faziam propagandas de cigarro |
“Dê férias para sua garganta”, dizia um anúncio, como tantos outros que alardeavam os benefícios de um cigarrinho: “é natural”, “é refrescante”, “acalma os nervos”, “relaxa”. Em um dos painéis da exposição, o atleta mais famoso do beisebol americano da época, Babe Ruth, divulga outra marca famosa.
E não foram poucos os ídolos do cinema que se destacaram como “garotos e garotas propaganda” das diversas fábricas: John Wayne, Frank Sinatra, James Stewart, John Crawford, Eva Gabor, Lauren Bacall e seu Humphrey. Até o Gordo e o Magro andaram por lá.
A exposição traz um conjunto de painéis com imagens fortes e texto informativo sobre o Dia Mundial sem tabaco – 31 de maio. Este ano, o alvo da campanha é a mulher, pois é a este grupo que o marketing do tabaco tem se voltado ultimamente. A Organização Mundial de Saúde estima que 47% dos homens fumam, mundo afora, enquanto a parcela feminina de fumantes tem um índice bem menor, em torno de 12%.
Inaugurada em 2007, na Universidade de Stanford, nos EUA, fruto de uma parceria com o Smithsonian Institution, a mostra percorreu várias cidades norte americanas antes de chegar ao Brasil. Aqui, foi montada pela Nova S/B e já ganhou versões em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro.
Abertura: 21 de junho (segunda-feira), às 15h.
Local: sala 307 do Castelo da Fundação Oswaldo Cruz.
Avenida Brasil, 4365, Manguinhos – Rio de Janeiro, RJ
Período da mostra: 21/06 a 28/08, de terça a sexta, de 9h às 16h30 e aos sábados de 10h às 16h.
Propaganda sugere que o fumo ajuda a manter a elegância |
Leia sobre a abertura da exposição e o lançamento da revista