Anote em sua agenda e não deixe de participar das comemorações do centenário de nascimento do cientista Carlos Chagas Filho: dia 6 de dezembro, a partir das 15h, venha ao campus da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, assistir à versão recital da ópera, composta e regida pelo maestro Silvio Barbato, visitar a exposição sobre o homenageado e conhecer dois livros novos: Fotobiografia — Cientista brasileiro, profissão esperança, e Recordações de Carlos Chagas Filho.
Ópera em dois atos
A ópera Chagas, que terá sua primeira apresentação no Rio de Janeiro às 15h, na Tenda da Ciência do campus de Manguinhos, foi apresentada em avant-première na sede da Embaixada Brasileira em Roma, em novembro de 2008, para os membros da Academia Pontifícia de Ciências do Vaticano, da qual Carlos Chagas Filho foi presidente por 16 anos.
Uma das últimas criações do maestro Silvio Barbato, morto aos 54 anos no vôo 447 da Air France, no dia 1º de junho de 2009, quando sobrevoava o Atlântico, o que seria uma homenagem a dois homens da ciência passou a ser também um tributo a seu idealizador. O maestro viajava para Kiev, na Ucrânia, onde faria uma palestra sobre as músicas russa e brasileira, além da apresentação da ópera em versão integral.
A estréia no Brasil da ópera em dois atos foi no Grande Teatro, em Belo Horizonte, em outubro do ano passado, durante as comemorações do centenário da descoberta da doença de Chagas. A partitura final foi concluída pelo compositor Alexandre Schubert. O libreto, de Renato Icarahy, foi livremente inspirado em episódios das vidas dos dois cientistas brasileiros que tiveram atuação marcante — Carlos Chagas, o pai e o filho. Os dois trabalharam em Manguinhos.
Exposição e dois novos livros
Depois do recital, na mesma tarde haverá, às 16h, na sala 307 do Castelo da Fiocruz, a abertura de uma exposição sobre as múltiplas facetas de Carlos Chagas Filho como homem dedicado à ciência em suas atividades de pesquisa, gestão e divulgação científica. Às 17h, serão lançados dois títulos — a fotobiografia Carlos Chagas Filho: cientista brasileiro, profissão esperança, das pesquisadoras da Casa de Oswaldo Cruz Nara Azevedo e Ana Luce Girão S. de Lima, e Recordações de Carlos Chagas Filho, dos professores e parceiros no Instituto de Biofísica da UFRJ, Darcy Fontoura de Almeida e Wanderley de Sousa, que reuniram uma coleção de depoimentos sobre o homenageado.
Na fotobiografia, preparada por duas historiadoras, descortina-se a trajetória do humanista Carlos Chagas Filho, com destaque para sua atividade profissional que se desdobrava em múltiplas frentes, como pesquisador, professor, articulador e eficiente administrador de uma instituição de ciência, o Instituto de Biofísica, de que foi o criador. “A essas qualidades”, destacam as autoras, “Chagas Filho acrescentou o exercício intelectual da reflexão sobre o significado da ciência”.
A Casa de Oswaldo Cruz guarda o arquivo pessoal de Carlos Chagas Filho, que contém informações sobre a participação do homenageado em atividades pelas quais transitava com desenvoltura, articulando a ciência, a política e a cultura. O livro inclui capítulos que tratam da infância de Chagas Filho, de sua formação médica e do treinamento científico, a construção do laboratório de biofísica, transformado em instituto, a atuação em organismos governamentais, instituições acadêmicas internacionais, sua relação com os círculos intelectuais e artísticos brasileiros e no exterior, bem como o reconhecimento alcançado, que se materializou em premiações e títulos.