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Ampliação da escuta e processos eleitorais marcam os 100 primeiros dias da nova diretoria da Casa

17 set/2021

Em entrevista, Marcos José destaca importância do modelo de gestão democrática, anuncia parceria e ações de fomento à pesquisa

Foto: Jeferson Mendonça. 

Marcos José, sentado à mesa, de óculos, olha para uma mulher que está ao seu lado, de costas para a câmera. Eles estão na biblioteca de Obras Raras.

Por Karine Rodrigues

Ao assumir a direção da Casa de Oswaldo Cruz, em junho, o engenheiro Marcos José de Araújo Pinheiro se viu responsável por uma instituição que ele praticamente vira nascer. Na Fiocruz desde 1989, três anos após a Casa ter sido inaugurada, em plena redemocratização do país, ele sabe bem o quão importante é abrir espaço para a escuta nas relações institucionais e para a gestão democrática e participativa. Esse aprendizado se refletiu no programa da campanha, inspirou o lema “Uma casa, muitas vozes” e deu o tom nos 100 primeiros dias de atuação da nova diretoria.

Temos sempre de estar atentos. A Casa de Oswaldo Cruz tem muitas vozes; precisamos escutá-las e criar, mesmo com as nossas diferenças, uma convergência para construir algo conjunto

O poder da escuta já se mostrara durante a inédita campanha em formato remoto, exigência da pandemia de Covid-19. Pinheiro buscou incluir todos os setores da Casa na elaboração do programa de gestão e em reuniões prévias à votação. Com isso, garantiu o debate das propostas apresentadas e a participação no pleito. “Existia a preocupação de uma certa desmobilização [por conta do trabalho remoto], mas isso não ocorreu. Acho que foi resultado da forma como a campanha foi construída, procurando ouvir a todos”, considera.

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Programa de Gestão 2021-2025

Tão logo assumiu a Casa, eleições recentes para chefes de departamento e coordenadores dos programas de pós-graduação tornaram a rotina bastante movimentada. Sem falar do Congresso Interno da Fiocruz, que se avizinha, e do planejamento anual. Diante disso, propôs adiar para 2022 outro processo eleitoral da Casa, destinado a escolher os representantes dos trabalhadores das áreas de gestão e finalística no Conselho Deliberativo da unidade. A postergação deve ser avaliada na Assembleia Geral da Casa no mês que vem.

Ao refletir sobre os três meses iniciais à frente da direção da Casa, Pinheiro lança um olhar sobre as múltiplas ações realizadas. O ritmo intenso da campanha ainda não deu trégua. Ao mesmo tempo em que se ocupou da reavaliação do Programa de Gestão 2021-2025, para inserir contribuições recebidas de todas as áreas da unidade durante o processo eleitoral, avançou em ações contidas no documento. Uma delas, a transferência dos acervos para o prédio do Centro de Documentação em História da Saúde (CDHS). Pela primeira vez desde a sua criação, a Casa terá praticamente um só endereço – seguem em outras edificações o Museu da Vida, o Departamento do Patrimônio Histórico e o Serviço de Tecnologia da Informação.

O Programa de Gestão, com diretrizes divididas em quatro eixos programáticos relacionados às áreas de atuação da unidade – pesquisa e educação; divulgação científica; memória e patrimônio; comunicação e informação –, foi aprovado na última reunião do Conselho Deliberativo da Casa, em 5 de agosto. O documento traz ações prioritárias para serem implementadas até o ano que vem e deve ser atualizado, considerando as deliberações do 9º Congresso Interno da Fiocruz e o Plano Quadrienal da Casa para 2023-2026.

A Cátedra Oswaldo Cruz é a primeira dessa natureza da Unesco na Fiocruz. São ações que abrem possibilidades aos nossos programas de pós-graduação. Tem um potencial enorme

Na área de pesquisa, a nova diretoria já botou o bloco na rua. Em convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi lançado o segundo edital do Programa de Excelência em Pesquisa (Proep). Além disso, será lançado hoje um edital de pós-doutorado, adianta Pinheiro. Editais de fomento para atrair pesquisadores e a implementação do Programa de Pesquisador Voluntário Sênior são ações prioritárias, acrescenta.

Há um esforço, também, no estabelecimento de parcerias, que vão render frutos em diferentes áreas. Uma delas, com o Centro Internacional de Estudos para Conservação e Restauro de Bens Culturais, órgão assessor da Unesco, é um projeto de cooperação de impacto internacional: um sistema mundial na web para gestão de riscos para acervos. “Temos procurado uma maior aproximação com a Unesco, órgão dedicado às nossas áreas de atuação”, observa Pinheiro, acrescentando que um grupo da Casa está preparando um projeto para participar do edital Programa Memória do Mundo, a ser concluído em novembro.

Atividades relacionadas à Cátedra Oswaldo Cruz, aprovada no ano passado, também estão em curso. “É a primeira cátedra dessa natureza da Unesco na Fiocruz. São ações que abrem possibilidades aos nossos programas de pós-graduação em conjunto com outros programas e áreas de pesquisa da Fiocruz e de instituições parceiras. Tem um potencial enorme”, avalia Pinheiro.

Apesar do clima de insegurança causado pela pandemia e por questões políticas, Pinheiro considera que a “Casa se reinventou”. As diversas atividades realizadas desde o ano passado revelam “o dinamismo e a capacidade” da unidade, acrescenta. E o retorno ao esquema presencial? Sobre o tema, que gera muita expectativa, diz que a resposta depende de ampla discussão dentro da unidade e também das deliberações da Fiocruz.

É um sonho que para muitos, dentro e fora da Casa, se colocava como um projeto de difícil realização e de muita complexidade, e que hoje se encontra quase concluído

A expectativa, até 2025, é de muito trabalho. Para finalizar processos iniciados em gestões anteriores, lançar ações, aperfeiçoar a gestão democrática. Desde que a nova diretoria assumiu, foi instituída uma reunião mensal para estreitar a comunicação com as assessorias da Casa. “Diretoria não é só o diretor, os vice-diretores, chefe de gabinete. Envolve também assistências técnicas, assessoria de comunicação, de planejamento, de cooperação. Tudo isso é parte da diretoria”, diz. Segundo ele, é preciso estar sempre atento às muitas vozes da Casa. “Precisamos escutá-las e criar, mesmo com as nossas diferenças, uma convergência para construir algo conjunto”.

Abaixo, os principais trechos da entrevista sobre os 100 primeiros dias na Casa e os que virão até 2025. 

Importância dos processos eleitorais

Estamos em um momento que se repete a cada quatro anos. Há eleição da direção, dos chefes de departamentos, dos coordenadores dos programas de pós-graduação e dos representantes das áreas de gestão e finalística da Casa. Além disso, há o Congresso Interno da Fiocruz. É um ano muito intenso, que exige muito de todos nós, em que a gestão democrática da Fiocruz, e em especial da unidade, é colocada à prova, pois há vários processos eleitorais. Colocamos em consulta na última reunião do Conselho Deliberativo a ideia de postergar para o início do ano que vem o mandato dos atuais representantes das áreas de gestão e finalística. Assim, poderíamos ter uma dedicação maior nas discussões em curso e também não sobrecarregaríamos ainda mais o ano atual. O Conselho Deliberativo concordou, mas isso precisa ser avaliado pela Assembleia Geral, em outubro. A escolha dos nossos representantes tomou muito do tempo, mas foi muito importante nos dedicarmos a isso, denota um comprometimento.

Ritos da gestão participativa

A renovação faz parte do rito da gestão participativa. Você movimenta uma série de cadeiras, na escolha de diretor, de chefes de departamento e de coordenadores de pós-graduação e faz toda uma mudança em termos das representações das outras instâncias. Isso é salutar. Renova e areja, misturando um pouco lideranças mais antigas, que têm mais experiência, com novas lideranças. Isso é parte da gestão democrática. Se fosse algo de cima para baixo talvez fosse mais simples, mas pela minha vivência na Fiocruz e em outras instituições prévias à minha estadia aqui, digo com toda certeza: a gestão participativa e democrática é um modelo que vale a dedicação.

Ciência aberta

A Casa tem tido uma participação muito expressiva na construção da política de ciência aberta da Fiocruz, que considero de importância estratégica. Está presente em diversas representações na estrutura dessa governança, inclusive, em um comitê específico, que é o gestor do Arca Dados, repositório institucional de dados para pesquisa da Fiocruz. Além disso, é responsável por diversos sistemas e programas, como o Preservo e o Sistema de Gestão de Documentos e Arquivos (Sigda) da Fiocruz, que incluem áreas como digitalização de acervos; preservação digital e sistemas de gestão e acesso integrado à documentação arquivística e aos acervos. Então, o papel que a Casa vem construindo em termos de constituição de políticas nas áreas de atuação da Fiocruz é bastante reconhecido, em especial, naquelas em que a Casa tem uma maior participação, como divulgação científica, comunicação, memória, patrimônio cultural, informação e educação.

Transferência dos acervos

A transferência dos nossos acervos para o Centro de Documentação em História da Saúde, nosso CDHS, é algo que foi pensado ainda na gestão da Nara Azevedo, na qual Paulo Elian e eu estávamos como vice-diretores. É um sonho que para muitos, dentro e fora da Casa, se colocava como um projeto de difícil realização e de muita complexidade, e que hoje se encontra quase concluído. No momento em que for possível voltar ao trabalho presencial, vamos viver uma experiência inédita na Casa, de ter a sua unidade praticamente como um todo em um só lugar. Isso é algo muito importante e que se junta a várias outras iniciativas que vamos entregar à sociedade, como o auditório do Museu da Vida e a exposição na Cavalariça, que está sendo postergada em função da pandemia.

Gestões anteriores

Há uma série de entregas, projetos que estão sendo concluídos agora, mas que se iniciaram em gestões anteriores. É importante frisar isso, que é um trabalho de várias pessoas que têm se articulado, colaborado e se dedicado. No caso da mudança dos acervos, por exemplo, há grupos que trabalharam com a ideia da gestão de riscos já no projeto do CDHS, em que se pensavam elementos de racionalidade de consumo em termos de sustentabilidade, já muito inovadora, atendendo padrões e termos de eficiência energética ainda não perseguidos por outras edificações públicas. Foi a primeira edificação pública a obter um selo Procel, e com grau máximo. Além disso, há elementos em termos de segurança para os acervos que estão relacionados com o que está preconizado pela nossa política de preservação e pelo Preservo. É um processo muito rico que tem sido registrado e é uma experiência a ser compartilhada.

Fomento à pesquisa

Sobre a parte de fomento, principalmente à pesquisa, estamos conseguindo, por exemplo, realizar o Proep, a despeito de todos os contratempos no CPNQ. Por causa da perda de informações no sistema deles, houve um atraso, mas estamos no segundo edital do Proep e vários projetos foram submetidos. Estamos lançando hoje um edital de pós-doutorado para atrair pesquisadores visitantes. Todas as ações relacionadas a editais são atenuantes, não resolvem a questão da contratação de pessoal. Isso de fato se resolve com o fortalecimento do funcionalismo público, no enfrentamento da PEC que está aí, no que diz respeito à reforma administrativa. Assim como também é importante a reivindicação de mais concursos e o fortalecimento da nossa carreira. Então, a solução para isso é mesmo de longo prazo.

Parcerias com a Unesco

Temos procurado uma maior aproximação com a Unesco – órgão da ONU dedicado às nossas áreas de atuação: educação, cultura e ciência – e seus órgãos assessores e consultores: o Conselho Internacional de Museus (Icom), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), o Centro Internacional de Estudos para Conservação e Restauro de Bens Culturais (Iccrom). Em cooperação com o Iccrom e com o Instituto Canadense de Conservação, está previsto o lançamento, ainda este ano, de um projeto de cooperação de impacto internacional. É um sistema web mundial para a gestão de riscos para acervos. Com a Unesco, estamos tentando primeiro incluir o Castelo da Fiocruz na lista do Iphan de candidaturas a Patrimônio do Mundo. Além disso, há um grupo da Casa que está encarregado do projeto para ser submetido ao edital do Programa Memória do Mundo, da Unesco, que diz respeito a documentos, cuja entrega será feita no fim de novembro. Algo também construído anteriormente, mas que está se realizando agora, é a assinatura, pela Unesco, da nossa Cátedra Oswaldo Cruz. É a primeira cátedra dessa natureza da Unesco na Fiocruz. São ações que abrem possibilidades aos nossos programas de pós-graduação em conjunto com outros programas e áreas de pesquisa da Fiocruz e de instituições parceiras. Tem um potencial enorme.

Grandes editais

Estamos agora com um grupo na Casa mapeando e aprendendo sobre prospecção e apoio a projetos e ao fomento, em especial, de pesquisa, mas não somente. O grupo, que já está trabalhando, é composto pela Liene Wegner, Fabiane Gaspar e Heverton Oliveira. Os vice-diretores também vão trabalhar conjuntamente: Magali Romero Sá, Diego Bevilaqua e Leninha Monteiro.  A captação de recursos e a submissão de projetos a grandes editais é algo que demanda muito tempo e mobilização de muita gente. Recentemente, houve duas grandes demandas que envolveram muita gente da Casa e de várias outras unidades da Fiocruz, como o Icict e o IOC. Submetemos no último dia de agosto um projeto de aproximadamente R$ 40 milhões em um edital do BNDES. Estamos vendo como nos organizamos ano a ano na busca por recursos orçamentários via emendas parlamentares.

Recursos humanos

Na questão dos recursos humanos para outras áreas de atuação da unidade, há várias possibilidades, como a mudança no padrão de atividades, identificando aquelas que possam ser contratadas externamente para diminuir a sobrecarga de trabalho, por exemplo, no desenvolvimento de produtos web e projetos complementares de engenharia. Além disso, o Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Institucional (PIDI) tem sido uma ferramenta importante na Fiocruz para a contratação temporária via projetos. E na Casa, por demais. Há uma proposta que será analisada no Conselho Deliberativo da Fiocruz para transformar o PIDI em programa continuado, de longo prazo. Se isso se concretizar, e tudo indica que sim, ele é uma das possibilidades para contribuir com a resolução na área de recursos humanos, mas são bolsas temporárias. E já estamos colocando em prática, na elaboração de projetos para a captação de recursos, a previsão de quadro mínimo de profissionais necessário para executá-los. Fizemos isso agora com o BNDES. Então, isso já está assimilado como orientação.

Os primeiros meses

Foram 100 dias muito intensos. São tantas ações desenvolvidas pela Casa que não daria tempo para falar de todas. Então, acaba-se falando de algumas delas, sob pena de outras não serem ditas, pois a Casa produz muito. E mesmo nesse período de pandemia a Casa se reinventou. Basta ver a quantidade de eventos que têm sido feitos. Há o Conexão #emCasa e muitos outros, todos importantes e muito envolventes. Vocês mesmo da comunicação, da Ascom, devem saber bem disso, pois mostram o que a gente faz, devem se dar conta da grande quantidade de ações. Há a newsletter. Outro dia saiu no jornal entrevista com a Eliza Toledo, destacando a tese que ela defendeu na Casa e sobre a qual vocês também já tinham feito matéria. Muito interessante! Isso mostra muito esse dinamismo e essa capacidade da Casa.

Ampliação do processo de escuta

Precisamos sempre aperfeiçoar a nossa gestão democrática. Por exemplo: essa minha proposta de postergar para o ano que vem a eleição para representantes, considero um aprimoramento, pois se desafoga um ano que já é muito cheio e transfere a eleição para outro em que se você vai ter melhores condições de trabalhar o processo de escolha de representantes dos trabalhadores no CD-COC. Precisamos estar abertos para pensar e rever essas formas da gestão, que é sempre passível de mudanças. Por exemplo: o Paulo Elian instituiu reuniões semanais sistemáticas da diretoria, que foram muito importantes em termos de processos de decisão. A Nara Azevedo já havia trazido essa questão muito colegiada, mas o Paulo colocou isso de uma forma mais sistemática. Agora eu trouxe também a reunião mensal das assessorias com a diretoria. Diretoria não é só o diretor, os vice-diretores e a chefe de gabinete. Envolve também assistências técnicas, assessoria de comunicação, de planejamento, de cooperação. Tudo isso é parte da diretoria. Então, uma vez por mês, há essa reunião, que tem sido muito rica. Isso, de alguma forma, possibilita uma aproximação maior da direção com os assistentes, os assessores, que estão trabalhando em questões mais especificas. Entendo isso como um aperfeiçoamento da escuta. É uma abertura para ouvir, ampliar as representações. Temos sempre de estar atentos. São muitas vozes, precisamos escutá-las e criar, mesmo com as nossas diferenças, uma convergência para construir algo conjunto. As pessoas da Casa fazem muito bem isso. Acho que tem um aprendizado aí. Observo um amadurecimento que se revela nessas instâncias colegiadas.

Atividades remotas e presenciais

Existe uma expectativa geral da Fiocruz a respeito das atividades presencias. Há quem queira retornar logo, porque não se adaptou à atividade remota ou tem questões pessoais, emocionais; e quem fique preocupado com o retorno porque tem receio de uma contaminação ou se adaptou muito bem ao remoto. A Casa tem feito um trabalho muito importante de acompanhamento, com planos de convivência, de mitigação, que precisam ser atualizados. Nós nos respaldamos muito pela Fiocruz, no que ela tem orientado em termos de segurança administrativa, jurídica e sanitária. Ela é uma baliza. Não vamos fazer nenhum planejamento de retorno até que todos os acervos tenham sido transferidos para o CDHS. Há unidades que têm antecipado um pouco o retorno, por conta das particularidades de suas atividades. Nossa unidade também tem demandas específicas para o retorno, mas há vários elementos que precisamos considerar. É benéfico para todos que as unidades que não precisem retornar mais cedo ao trabalho presencial permaneçam no regime remoto para não ampliar o fluxo de pessoas no campus. No Casa, vamos fazer uma avaliação para evitar, no retorno, uma sobrecarga na própria unidade, buscando identificar que atividades precisam ser retomadas logo, quais podem ser prorrogadas e quais podem alternar esquema remoto e presencial. Fizemos análises, mas elas têm de ser atualizadas. Há também a questão do uso de máscaras, do plano completo de vacinação, questões que dizem respeito à alimentação, transporte e serviços. Então, não vamos tomar decisões que não sejam amplamente discutidas no Conselho Deliberativo da Casa e em várias outras instâncias de apoio ao próprio conselho. Isso é importante para transmitir tranquilidade às pessoas.

Plataformas mais amigáveis

Também está dentro dos objetivos da gestão tornar mais amigáveis sistemas de pesquisa, como a Base Arch, o repositório de informações sobre o arquivo permanente da Fiocruz. Isso realmente não é simples. Também é necessário disponibilizarmos cada vez mais informações desses sistemas em outros idiomas. Os acervos têm um potencial muito grande, mas ainda precisamos avançar na forma como os apresentamos. 

Olhar atento à conjuntura

No Brasil, a situação estrutural, de iniquidades, de desigualdades sociais, econômicas e de outras naturezas, se intensificou com a pandemia. Isso reforça um compromisso da Casa com as ações nos territórios e também de fortalecimento de nossos vínculos com os países latino-americanos, por meio de uma cooperação Sul-Sul. As questões que hoje estão colocadas para o mundo têm um impacto local, mas são globais. Não há como resolver a pandemia e as mudanças climáticas se você não pensar em conjunto. As nossas pesquisas e a nossa educação têm de estar mais relacionadas a questões conjunturais, numa aproximação maior com a sociedade e com a Agenda 2030. A conjuntura atual, e não só a nacional, clama por uma aproximação maior dessas questões relacionadas à diversidade humana, cultural e ambiental.