O Museu da Vida promove o Encontro Acessibilidade: Interfaces e Desafios em Ambientes de Museus. O evento acontece em 23 de novembro, no auditório do Museu da Vida, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro. O objetivo é promover o debate sobre o tema visando à interlocução com outros agentes, criando também oportunidade de compartilhamento de experiências. A arquiteta Regina Cohen inicia a série de palestras e debates falando sobre “Acessibilidade Universal e Plena em Museus do Brasil e do Mundo”. Coordenadora do Núcleo Pró-Acesso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi professora visitante da Universidade de Syracuse, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Durante todo o dia, outros convidados participam do encontro, entre eles, a psicóloga Camila Alves, do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB); Deleon Baptista Ferreira, da equipe do Projeto Surdos do Laboratório Didático de Ciências para Surdos (LaDiCS/UFRJ); e a professora especializada em surdos Stella Savelli, do Museu Nacional (UFRJ).
A coordenadora do Serviço de Educação em Ciências e Saúde do Museu da Vida (Seducs), Hilda Gomes, lembrou a importância da interface já existente com a professora Vivian Mary Rumjanek, da UFRJ, com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e com outras áreas do Museu da Vida, como o Serviço de Visitação e Atendimento ao Público, o Núcleo de Estudos de Público e Avaliação em Museus e o Serviço de Design e Produtos de Divulgação Científica.
“Esperamos potencializar essa discussão no Museu da Vida. É mais um passo neste sentido. Começamos com o projeto de mediação com os surdos, que foi fruto de parceria com a UFRJ”, destacou. Segundo Hilda, o objetivo é estudar e refletir sobre questões relativas à acessibilidade, discutindo ações e possíveis intervenções.
Experiência pioneira no Museu da Vida
Em dezembro de 2014, monitores surdos participaram de iniciativa pioneira, como parte do Programa de Produção Cultural em Divulgação Científica do Museu da Vida; experiência que valeu para formar mediadores surdos para atendimento ao público. Quatro jovens surdos fizeram a mediação de um grupo do INES, no Parque da Ciência, um dos espaços interativos do museu, depois de um período de treinamento com os profissionais do Museu da Vida, vinculado à Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). A ação resultou do projeto “Quebrando barreiras culturais: a ciência e o surdo”, da professora Vivian Mary Rumjanek, da UFRJ.
O projeto foi contemplado em edital da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), e seu objetivo é permitir o desenvolvimento de uma série de sinais científicos em Libras e criar grupos de surdos, treinados para trabalhar como monitores em museus e espaços de ciências. Na avaliação da coordenadora do Seducs, a ação educativa é “a primeira etapa de um longo caminho de inclusão do segmento da população surda nas visitas aos museus de ciência”.