Desde a instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808, acirram-se as tensões entre as capitanias do centro-sul e as demais capitanias do norte e nordeste da América portuguesa. Logo após a proclamação da Independência, os movimentos separatistas alimentaram tendências centrífugas, sem, no entanto, terem sido suficientes para romper a unidade geopolítica concebida e projetada na cartografia militar pelos reformadores ilustrados nas últimas décadas do século 18.
Essa será a tônica do último Encontro às Quintas de 2011, que receberá a historiadora Íris Kantor no dia 24 de novembro, às 10h, na sala 407, do Prédio da Expansão do Campus da Fiocruz de Manguinhos. Ela indaga até que ponto se pode afirmar que a cartografia produzida no curso das expedições de reconhecimento e demarcação territorial conformaram a matriz espacial do Estado pós-colonial.
Ainda em sua apresentação, a partir da análise de alguns mapas, a historiadora pretende confrontar algumas percepções da territorialidade luso-americana (governamentais e não-governamentais) correntes nas primeiras décadas do século 19.
Iris Kantor graduou-se em História na Universidade de São Paulo (1988) e defendeu o mestrado (1996) e doutorado (2002) em História Social pela mesma universidade. Pós-doutora (2007) pela Universidade de Yale, atualmente é professora e pesquisadora do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), coordenando o Laboratório de Estudos de Cartografia Histórica da Cátedra Jaime Cortesão.
Iris publicou, em 2004, o livro Esquecidos & Renascidos: Historiografia acadêmica luso-americana (1724-1759) e, juntamente com István Jancsó, organizou Festa: Cultura e Sociabilidade na América Portuguesa (2001).
Encontro às Quintas
Cartografia da Independência: identidade e memória territorial
Dia: 24 de novembro
Horário: 10h
Local: Prédio da Expansão do Campus da Fiocruz de Manguinhos
Av. Brasil, 4036