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A assistência do corpo nas Misericórdias portuguesas do Antigo Regime

04 dez/2013

Pensar que as preocupações com a saúde são uma realidade dos nossos dias é esquecer o passado e anular todos os esforços feitos ao longo da História para atalhar a doença e melhorar a saúde. É ainda não recordar o investimento de particulares e instituições neste setor. A reflexão é da professora Maria Marta Lobo de Araújo, da Universidade do Minho (Portugal), convidada da edição especial do Encontro às Quintas, que acontece no dia 9 de dezembro, às 10h.

Em sua apresentação, intitulada A assistência do corpo nas Misericórdias portuguesas do Antigo Regime, ela mostrará que as preocupações com os bons ares, com os bons cheiros, com o frio, com a higiene e a alimentação, e com o bem-estar foram práticas quotidianas dos homens da Idade Moderna e ilustram o temor de perder a saúde, de ficar doente e de morrer. A mesma preocupação estava latente nas tentativas de se evitarem as doenças contagiosas, por meio da mudança de residência ou da não aceitação dos seus portadores em hospitais comuns.

Em Portugal, o tratamento da doença em contexto hospitalar esteve entregue em grande medida às Misericórdias durante o Antigo Regime. Nascidas no alvorecer da Idade Moderna, com a criação da Santa Casa de Lisboa, em 1498, essas confrarias, fundaram ou incorporaram hospitais, mantendo ativa uma linha de assistência ao corpo que não se esgotava no contexto de internamento. Estas instituições também assistiam os doentes a domicílio, prestando-lhes apoio em termos médicos e alimentares.

Em sua apresentação, Maria Marta Lobo de Araújo refletirá sobre os diversos tipos de hospitais existentes, bem como sobre a assistência por eles prestada. Ela abordará os cuidados médicos oferecidos aos pobres internados, as equipas de serviço, a alimentação, a lavagem da roupa e a higiene, assim como o equipamento existente nas enfermarias e na cozinha. A pesquisadora também falará sobre o universo dos doentes que recorriam aos hospitais.

Doutora em História Moderna e Contemporânea pela Universidade do Minho, universidade em que leciona atualmente, Maria Marta também é e investigadora do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM). Entre suas obras, destacam-se os trabalhos Filha casada, filha arrumada: a distribuição de dotes de casamento na confraria de São Vicente de Braga (1750-1870) e A Misericórdia de Vila Viçosa: dos finais do Antigo Regime à implantação da República.

Encontro às Quintas

Coordenação: Maria Rachel Fróes da Fonseca

Data: 9 de dezembro de 2013

Horário: 10 horas

Local: sala 407 do Prédio Expansão | Avenida Brasil, 4036 – Manguinhos, Rio de Janeiro – RJ

Mais informações: (21) 3882-9095 e historiasaude@coc.fiocruz.br