Desafios contemporâneos do campo do patrimônio no Brasil, como os vivenciados por atores envolvidos com os novos usos do Cais do Valongo, na zona portuária do Rio de Janeiro, ou pelos quilombolas de Aracati, no litoral leste do Ceará, são discutidos no livro Patrimônio como direito (Editora Mauad X e Faperj), que será lançado na próxima quinta-feira, dia 19 de setembro, a partir das 17 horas, na Livraria Folha Seca (Rua do Ouvidor, 37), no Centro do Rio.
A publicação foi organizada por Luciana Heymann, coordenadora-geral do Programa de Pós-Graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Márcia Chuva, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e Claudia Feierabend Baeta Leal, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Lutas em curso, especialmente as associadas a memórias de grupos historicamente silenciados e marginalizados, são destaque no livro, que é fruto do seminário Patrimônio como direito: criar, fazer, viver. Realizado em 2023, o evento reuniu acadêmicos, militantes de movimentos sociais, gestores públicos e pesquisadores que realizam trabalho de campo junto a comunidades tradicionais, em uma realização do Programa de Pós-Graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde (COC/Fiocruz), do Programa de Pós-Graduação em História (Unirio) e do Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural (Iphan).
“Como ficou claro nas apresentações que ocorreram no seminário, algumas delas transformadas em capítulos deste livro, comunidades indígenas e quilombolas, fortemente pressionadas por interesses econômicos, buscam reconhecimento como patrimônio da cultura brasileira como estratégia de sobrevivência e reprodução de seus modos de vida”, escrevem as organizadoras na apresentação do livro.
Dividido em oito capítulos, Patrimônio como direito reúne ainda textos sobre políticas públicas de patrimônio; direitos e desafios das favelas cariocas; usos da memória e disputas em torno de megaeventos; contradições da patrimonialização, e direitos do povo Gamella, no Maranhão.