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Especial História e Covid-19 | Covid-19, novas direitas e o problema da verdade científica de uma perspectiva histórica

06 abr/2023

Thiago da Costa Lopes (COC/Fiocruz)*

 
 

A irrupção da Covid-19 como uma ameaça aos sistemas de saúde do globo no início de 2020 foi acompanhada por uma enxurrada de ‘fake news’, teorias conspiratórias e correntes de ‘fatos alternativos’ sobre as origens do Sars-CoV-2, a gravidade da doença e as medidas necessárias a seu enfrentamento [1]. Alimentadas, em grande medida, por campanhas de desinformação e táticas negacionistas associadas às novas direitas extremistas, elas se propagaram rapidamente através das novas tecnologias de informação e comunicação, multiplicando incertezas que o próprio vírus, um agente até então desconhecido, suscitou entre autoridades políticas, sanitárias e científicas. Somada a novas formas de comunicação científica, como o pre-print, a cobertura midiática diária que a ciência passou a receber contribuiu, paradoxalmente, para fomentar igualmente o clima de dúvida ao conferir visibilidade pública aos processos intrincados, e nada lineares, de estabelecimento dos fatos científicos, marcados não apenas por avanços e descobertas mas também por hesitações, questionamentos e negociações que, de um modo ou de outro, acabam fazendo parte da formação dos consensos entre cientistas e especialistas.

Entre historiadores e cientistas sociais, a nova rodada de ataques à credibilidade e à autoridade de cientistas e instituições de ciência durante a pandemia reativou a discussão sobre os possíveis perigos associados a um tratamento relativista da verdade científica. Este não é um problema novo. O fantasma do relativismo parece assombrar o campo dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, ou STS, na sigla em inglês (Science and Technology Studies), desde a obra clássica de Thomas Kuhn. Ela serviu de inspiração a toda uma geração de historiadores sociólogos interessados em analisar não apenas os contextos sociais e institucionais favoráveis ou desfavoráveis à prática científica, mas também os diversos fatores de natureza social, cultural e política que entram na composição dos próprios conteúdos do conhecimento científico [2]. Mais do que um conjunto de teorias e enunciados, a ciência passou a ser pensada como uma prática socialmente inscrita e informada. Nesse caso, defrontamo-nos com uma questão que, grosso modo, pode ser expressa da seguinte forma: ao conceberem o fazer científico como mais uma entre outras atividades mundanas da vida social, vinculando a produção do conhecimento a contingências características de uma sociedade e uma época determinadas, não estariam historiadores e cientistas sociais contribuindo para relativizar o estatuto epistêmico privilegiado atribuído à ciência e, consequentemente, para minar a autoridade de seus atores e instituições?

A questão veio à tona durante as chamadas Guerras da Ciência nos anos 1990. No período, um grupo de cientistas se voltou publicamente contra pesquisadores das Humanidades dedicados a estudar a ciência acusando-os de estimularem o irracionalismo ao colocarem de lado noções como as de fato e de objetividade em suas explicações sobre a produção das verdades científicas (Ávila, 2013).

No início dos anos 2000, os STS foram mais uma vez interpelados, dessa vez por Harry Collins e Robert Evans, conhecidos estudiosos da área. Expressando apreensão quanto ao que enxergavam como o risco de diluição das fronteiras entre ciência e política a partir desses estudos, propuseram, sob o nome de “terceira onda” dos science studies, uma agenda de pesquisas que deveria ser capaz de investigar sociologicamente as diversas modalidades de expertise e auxiliar governos e sociedades na identificação de seus portadores legítimos. Sem deixar de reconhecer a contribuição dos STS para uma compreensão de como a atividade científica se desenrolava concretamente, em circunstâncias sociais e históricas determinadas, Collins e Evans se batiam contra a visão de que a ciência seria o mero produto de forças arbitrárias referidas à dinâmica política. Haveria uma dimensão da ciência irredutível à política, perceptível no conhecimento técnico substantivo de diferentes grupos de especialistas. Conforme argumentavam, era preciso salvaguardar um lugar especial para a cultura científica no âmbito das tomadas de decisão e deliberações coletivas envolvendo ciência e tecnologia sob o risco de o debate público ser tomado pela “desrazão” (Collins & Evans, 2002).

A nova conjuntura política representada pela ascensão ao poder das novas direitas em diferentes partes do mundo a partir de 2016, que teve como marcos significativos o Brexit no Reino Unido e a eleição de Donald Trump nos EUA, tornou a provocar tensionamentos entre os estudiosos da ciência (Sismondo, 2017). Não faltou quem acusasse as perspectivas históricas e sociológicas da área bem como correntes teóricas rotuladas genericamente de “pós-modernas” de prepararem o terreno para a denominada “era da pós-verdade”, momento em que se aguçou a percepção, entre comunicadores e veículos de imprensa, de que o debate público estaria sendo contaminado por opiniões e posições políticas refratárias à consideração sobre os fatos e as verdades científicas pertinentes. Na já famosa – e problemática – definição do Dicionário Oxford de 2016, essas últimas passariam a ter menos peso do que emoções e crenças pessoais na formação da opinião pública. A crescente desconfiança em relação à fala dos especialistas e às instituições científicas, somada à recusa obstinada de um crescente número de cidadãos em diferentes países em reconhecer a “realidade dos fatos”, indicaria um quadro de “crise da verdade”. A pandemia de Covid-19, com suas torrentes de desinformação, teorias conspiratórias e ataques a representantes da ciência, também colocou os STS na defensiva. A crise sanitária instou nomes conhecidos da área a se manifestarem novamente contra a ideia de que seus estudiosos teriam nutrido o anticientificismo ao insistirem sobre o caráter contingente e socialmente construído da produção do conhecimento científico (Lynch, 2020).

As acusações feitas ao relativismo nos parecem apressadas. Afinal, não haveria nesse caso uma superestimação do peso de fatores de ordem cognitiva e intelectual na descredibilização de determinados enunciados científicos? Mesmo supondo a existência de uma atitude ‘relativista’ ou cética disseminada nas sociedades contemporâneas, esta seria o produto da exposição do público a teses acadêmicas ou o reflexo de circunstâncias sociais e históricas mais complexas? Essa é uma contribuição valiosa que historiadores e cientistas sociais podem e, com efeito, vêm prestando ao debate público mais amplo, a saber, buscar qualificar e compreender de modo mais matizado o que está efetivamente em jogo com a emergência dos negacionismos e os ataques à ciência.

Em primeiro lugar, como diversos autores têm indicado, não é o empreendimento científico como um todo que está sob ataque. Nas sociedades contemporâneas, cuja estruturação depende intimamente de uma variedade de artefatos, práticas e saberes científicos, a denominada “crise da verdade” não parece atingir indistintamente todas as afirmações provenientes do mundo da ciência, mas apenas aquelas cuja aceitação coloca em xeque crenças, valores, interesses e estilos de vida arraigados (o aquecimento global antropogênico, a teoria da evolução das espécies, a segurança das vacinas) (Eyal, 2019).

Os sentimentos e atitudes denominados de “anti-ciência” parecem, deste modo, direcionados mais propriamente à autoridade dos experts oficialmente reconhecidos enquanto tais, isto é, daqueles tradicionalmente encarregados de traduzir os achados da ciência em encaminhamentos práticos no âmbito das políticas públicas. Como indicam Oreskes e Conway (2011), que se debruçaram sobre o negacionismo climático, a desconfiança acerca de proposições científicas com frequência é alimentada por agentes políticos e econômicos poderosos interessados em disseminar a dúvida e em induzir artificialmente controvérsias públicas a respeito de questões em torno das quais consensos dentro da comunidade de estudiosos já foram estabelecidos.  

A Covid-19 nos ofereceu exemplos significativos a esse respeito. À medida que os enunciados científicos que iam se construindo sobre a doença se acoplavam a drásticas perspectivas de intervenção sobre o ritmo acelerado da vida social sob a égide do capitalismo global – sobretudo no momento inicial da emergência, quando nem respostas farmacológicas seguras e eficazes nem estratégias de imunização estavam à disposição -, aqueles passavam a ser objeto de acirradas disputas na arena pública. Questões como a necessidade de ampliação do papel do Estado e de reorganização das formas de solidariedade social vigentes em face da crise sanitária desencadearam a oposição e a resistência de grupos políticos às afirmações dos especialistas. Longe de colocarem em questão a ideia de ciência, muitos dos negacionistas procuraram arregimentar seus próprios “cientistas” no esforço de legitimação de asserções que iam na contramão dos entendimentos a que chegavam a comunidade científica estabelecida e as agências internacionais. Toda uma “ciência alternativa” procurou se erigir em torno do chamado tratamento precoce, alimentando-se em grande medida das lacunas e incertezas que cercavam o novo vírus (Casarões & Magalhães, 2021).

No tempo presente, o negacionismo científico parece encontrar terreno fértil especialmente em uma cultura neoliberal fragmentadora, refratária à formação de acordos coletivos mínimos capazes de impulsionar soluções para os problemas comuns, na crise de confiança enfrentada pelas instituições, interrogadas com frequência sobre seus reais interesses e agendas, e na insatisfação popular crescente com o instituto da representação política característico das democracias liberais.

O esvaziamento do debate público de referenciais compartilhados, capazes de assegurar o pertencimento dos sujeitos a um mundo comum – o que, na prática, oferece sustentação à ideia de uma realidade externa e independente – é visível na predisposição de um número crescente de pessoas a encararem toda e qualquer afirmação em circulação na esfera pública, mesmo aquelas que pretendem comunicar fatos, como “questão de opinião”. Esta tendência teria sido exacerbada pela lógica das novas tecnologias de informação e comunicação, conducente à formação de “bolhas”. Formada por contatos que partilham as mesmas opiniões e valores e mantida por cálculos algorítmicos que fornecem aos usuários, em suas buscas de pesquisa e feeds de notícias, conteúdos em conformidade com seus interesses e gostos, a bolha representaria uma dinâmica comunicacional e cognitiva insular, tendente a reforçar a identidade e as crenças do grupo e a eliminar o espaço para o divergente e o contraditório (Roberts, 2017). Tal processo, ao lado das crescentes desigualdades de renda, situação socioeconômica e formação educacional entre os diferentes segmentos que constituem as sociedades ao redor do globo, contribuiria para a fragmentação política, moral e epistêmica do mundo contemporâneo (Rosenfeld, 2018). Na ausência de quadros de vida compartilhados, não deveria causar surpresa que visões “alternativas” da realidade emerjam e que seu valor de verdade, por mais absurdo, seja defendido (Latour, 2020). Para conhecidos pesquisadores dos STS, a crise de pactuação política que marca diferentes sociedades nacionais nos ajudaria a compreender a tendência à violenta partidarização dos enunciados com pretensão de verdade em circulação no espaço público e a dificuldade envolvida na construção de consensos mínimos sobre os fatos relevantes às discussões em tela (Jasanoff & Simmet, 2017).

O insulamento comunicacional e cognitivo seria reforçado, ademais, pela busca de fontes de informação alternativas em meio à desconfiança generalizada a respeito das mídias tradicionais e à deterioração da credibilidade de atores e instituições públicas, vistas como enredadas em interesses particulares inconfessáveis. Na raiz da adesão de parcela da população a teses negacionistas estaria, mais do que a falta de conhecimento científico, a ausência de formas de “conhecimento social” capazes de permitir aos sujeitos a identificação de instituições verdadeiramente dignas de confiança (Shapin, 2019). Estando a ciência associada a espaços e atores cuja capacidade de mediação (entre os interesses da sociedade como um todo e o exercício do poder político) se encontra sob suspeita, problema constitutivo da crise da própria ideia de Estado democrático e representativo, não é de se estranhar que a autoridade dos experts venha sendo posta em dúvida, particularmente no que diz respeito à sua posição privilegiada na conformação de decisões políticas em detrimento de outros atores.

 Não nos parece coincidência, nesse caso, que o negacionismo científico tenha adquirido contornos vivos na esteira da ascensão política das novas direitas em diversas partes do mundo. Autodenominadas “antissistema”, elas se valeram do descontentamento de amplos segmentos da população mundial com as elites políticas e econômicas, identificadas ao establishment, para se alçarem ao poder. Ao mesmo tempo que vêm se alimentado das fraturas sociais e políticas existentes, elas têm estimulado dissensos no debate público. Contra as denominadas elites acadêmicas e intelectuais, esses grupos têm procurado instaurar regimes epistêmicos alternativos, que autores vêm qualificando como “populistas”, fundados na valorização de visões do senso comum e da experiência pessoal e imediata (Rosenfeld, 2018; Cesarino, 2021).

O breve quadro esboçado acima sugere que o exame de processos cognitivos não deve estar dissociado da análise de fenômenos sociais e políticos, um princípio heurístico caro, por sinal, ao campo dos STS (Jasanoff, 2004). Dito de outro modo, parece-nos precipitado atribuir os percalços atuais enfrentados por determinados enunciados científicos no espaço público apenas a fissuras na cultura contemporânea abertas pelo relativismo. Da mesma forma, a adesão a discursos negacionistas ou a correntes de “fatos alternativos” por um número expressivo de cidadãos não parece decorrer simplesmente da falta de educação científica ou de eventuais déficits cognitivos do público leigo. Tais adesões não transcorrem, afinal, no vácuo, mas se prendem a circunstâncias determinadas que os historiadores e cientistas sociais podem e devem investigar.

Assim, no lugar do recuo às antigas visões sobre a ciência, de inspiração positivista, tendentes a reforçar de modo acrítico sua autoridade, aqueles estudiosos podem contribuir com o debate público evidenciando, de maneira sóbria e matizada, os elos que ligam a produção do conhecimento e a atividade de cientistas e especialistas a dinâmicas sociais e políticas. Valendo-se do acúmulo de discussões e do rico instrumental teórico e metodológico dos STS, eles podem auxiliar no diálogo franco e aberto com o público leigo sobre o papel dos valores, dos interesses e da lógica do poder – mas também das evidências e dos fatos produzidos pela ciência – na construção de tomadas de decisão de caráter público geralmente apresentadas, sem maiores qualificações, como simplesmente “técnicas” ou “científicas”. Podem atuar, nesse sentido, na contramão da descredibilização da ciência alimentada por teorias conspiratórias a respeito de suas motivações ocultas e vinculações inconfessáveis com o poder. Sem perder de vista que a divulgação e a educação científicas dificilmente conseguirão, por si mesmas e desarticuladas de mudanças nas tendências estruturais anteriormente mencionadas, oferecer uma resposta adequada à multiplicação dos negacionismos, é possível, ainda assim, por meio da História e das Ciências Sociais, contribuir para uma comunicação com o público baseada em visões menos fetichizadas e idealizadas do que significa fazer ciência.

Historiadores e cientistas sociais possuem a clara compreensão de que a legitimidade e a autoridade da ciência também são dotadas de historicidade, o que significa dizer que elas têm sido socialmente negociadas e construídas a partir de contingências históricas específicas. Como observam Jasanoff e Simmet (2017, p. 763), a tentativa de se estabelecerem fatos no espaço público, ainda que apoiados na ciência, às custas da exclusão do debate envolvendo as distintas visões políticas em disputa tende a conduzir à rejeição, por parte daqueles cujos valores foram deixados de lado, da verdade do outro lado como um mero expediente político disfarçado. Em um contexto de forte insatisfação com as elites políticas e as instituições, a insistência nas noções de neutralidade e imparcialidade da ciência dificilmente pode contribuir com o reforço de sua credibilidade enquanto, por exemplo, permanecer restrita a participação dos cidadãos nas discussões públicas sobre questões científicas e tecnológicas, o que implica necessariamente a consideração de valores, demandas e interesses. Esse foi o apelo que nos fez Bruno Latour, isto é, para que revisitássemos o tradicional repertório “ciência versus política” em um momento da história em que muitos dos fatos trazidos ao conhecimento do público envolvem “questões […] amplas demais para um número grande demais de pessoas envolvidas” (Latour, 2014, p. 17). É o que tem sido enfatizado ainda por estudiosos brasileiros, como Tatiana Roque (2021), que pondera que o fortalecimento da confiança na ciência passa necessariamente por novas formas de pactuação com o público capazes de evidenciar o compromisso do empreendimento científico com o bem-estar e as demandas das pessoas comuns assim como com o enfrentamento dos desafios postos ao século XXI, como as mudanças climáticas, as alterações no mundo do trabalho e os tensionamentos feitos às democracias. O tempo presente se revela um cenário fértil para o estudo da verdade científica de uma perspectiva histórica. Ele nos convida à compreensão, mas também à ação.

*Thiago da Costa Lopes é graduado em Ciências Sociais (UFRJ) e doutor em História das Ciências (PPGHCS/COC/Fiocruz). Vencedor do Prêmio Capes-Fulbright de Teses de 2019, é autor de “Em busca da comunidade: ciências sociais, desenvolvimento rural e diplomacia cultural nas relações Brasil – EUA (1930-1950)” (Ed. Fiocruz, 2020). Em 2022, atuou como pesquisador visitante em estágio pós-doutoral na Universidade de Nova Iorque e na Universidade do Novo México. Atualmente trabalha como pesquisador com bolsa de pós-doutorado (PIDI/Fiocruz) no Departamento de Pesquisa da Casa de Oswaldo Cruz.


[1] As ideias aqui expostas, de inteira responsabilidade do autor, muito se beneficiaram das discussões ocorridas no âmbito do Projeto de Pesquisa O tempo presente na Fiocruz: ciência e saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19, coordenado por Simone P. Kropf.

[2] Para uma introdução a essa área de estudos, o leitor pode se remeter, por exemplo, aos livros organizados por Collins & Pinch (2010) e por Felt et al. (2016).

Referências:

Ávila, G. da C. (2013). Epistemologia em Conflito: uma contribuição à história das guerras da ciência. Belo Horizonte: Fino Traço.

Casarões, G. & Magalhães, D. (2021). A aliança da hidroxicloroquina: como líderes de extrema direita e pregadores da ciência alternativa se reuniram para promover uma droga milagrosa. Revista de Administração Pública, 55 (1), 197-214.

Cesarino, L. (2021). Tratamento precoce: negacionismo ou alt-science? BlogLabemus, 27 julho. Disponível em: https://blogdolabemus.com/2021/07/27/tratamento-precoce-negacionismo-ou-alt-science-por-leticia-cesarino/. Acesso em: 09/03/2023.

Collins, H. & Evans, R. (2002). The Third Wave of Science Studies: Studies in Expertise and Experience. Social Studies of Science, 32 (2), 235-296.

Collins, H. & Pinch, T. (2010). O Golem – o que você deveria saber sobre ciência. Belo Horizonte: Fabrefactum.

Eyal, G. (2019). The Crisis of Expertise. Cambridge: Polity Press.

Felt, U., Fouché, R., Miller, C. A. & Smith-Doerr, L. (Eds.). (2016). The Handbook of Science and Technology Studies. 4ª. ed. Cambridge, Mass.: The MIT Press.

Jasanoff, S. (Ed.) (2004). States of Knowledge: The Co-Production of Science and Social Order. London: Routledge.

Jasanoff, S. & Simmet, H. R. (2017). No Funeral Bells: Public Reason in a “Post-truth’ Age. Social Studies of Science, 47 (5), 751 –770.

Latour, B. (2014). Para distinguir amigos e inimigos no tempo do Antropoceno. Revista de Antropologia, 57 (1), 11-31.

Latour, B. (2020). Onde aterrar? Como se orientar politicamente no Antropoceno. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo.

Lynch, M. (2020). We have never been anti-science: reflections on science wars and post-truth. Engaging Science, Technology, and Society, v. 6, 49-57.

Oreskes, N. & Conway, E. M. (2011). Merchants of Doubt: How a Handful of Scientists Obscured the Truth on Issues from Tobacco Smoke to Global Warming. New York: Bloomsbury.

Roberts, D. (2017). Donald Trump and the rise of tribal epistemology. Vox, 19 maio. Disponível em: https://www.vox.com/policy-and-politics/2017/3/22/14762030/donald-trump-tribal-epistemology. Acesso em: 09/03/2023.

Roque, T. (2021). O dia em que voltamos de Marte: uma história da ciência e do poder, com pistas para um novo presente. São Paulo: Planeta.

Rosenfeld, S. (2018). Democracy and Truth: a short history. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.

Shapin, S. (2019). Is there a crisis of truth? Los Angeles Review of Books. 2019. Disponível em: https://lareviewofbooks.org/article/is-there-a-crisis-of-truth/ Acesso em: 01 nov. 2022.

Sismondo, S. (2017). Post-truth? Editorial. Social Studies of Science, 47 (1), 3-6.