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Guia de arquivos conta a história dos laboratórios do IOC

18 dez/2020

Embrião da Fundação Oswaldo Cruz, criado em 1900 para produzir soros e vacinas para combater a peste bubônica, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) atua no desenvolvimento e inovação tecnológica e na prestação de serviços de referência para diagnóstico de várias doenças e controle de vetores, além de agregar um amplo conhecimento científico produzido por gerações de pesquisadores, que passaram por seus laboratórios, de Oswaldo Cruz a Carlos Morel, passando por Lauro Travassos e Herman Lent.

De agora em diante, um instrumento de pesquisa elaborado pela Casa de Oswaldo Cruz, vai contribuir para a compreensão desse processo de construção de conhecimento científico aliada a uma longa trajetória. Trata-se do Guia dos arquivos para a história dos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz: acervo da Casa de Oswaldo Cruz, organizado pelos pesquisadores Francisco dos Santos Lourenço e Paulo Elian, que reúne documentos que pertencem ao fundo IOC e aos 28 arquivos pessoais de cientistas que trabalharam nessa unidade da Fiocruz durante o século 20. “É um recurso que traz referências sobre o acervo arquivístico, com elementos importantes para a história institucional do IOC e a trajetória de cientistas de diferentes gerações”, explica Elian.

A publicação apresenta não apenas as pesquisas elaboradas pelos cientistas dos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz, mas também a trajetória pessoal desses profissionais, registros complementares ao patrimônio histórico da Fiocruz. Tal característica torna possível documentar com maior precisão alguns fatos históricos, como por exemplo, eventos de destaque na trajetória da Instituição e  documentos político-administrativos e funcionais do cotidiano científico do Instituto Oswaldo Cruz. “É um guia para pesquisadores da área de história das ciências, da própria história do IOC e serve como obra de referência para trabalhos do Departamento de Arquivo e Documentação da COC, no tratamento de documentos do Instituto e outros arquivos pessoais que venhamos a receber”, ressalta Elian.

Um guia para a história dos laboratórios do IOC

De Adolpho Lutz a Win Degrave, passando pelas coleções entomológicas e de triatomíneos, viagens históricas, como a expedição de Carlos Chagas a Lassance, em Minas Gerais, e fatos como o Massacre de Manguinhos, o guia traz verbetes que abrangem laboratórios e serviços, pesquisadores e acontecimentos que marcaram a trajetória do IOC. Além disso, conta com uma coleção de imagens históricas e um levantamento exaustivo sobre a estrutura de pesquisa do IOC desde 1900 até os dias atuais: “Em síntese, procuramos identificar os nomes das seções, divisões, departamento e laboratórios, assim como os respectivos chefes, mas ainda temos muitas lacunas, que serão complementadas com outras pesquisas”, esclarece Elian.

A publicação também reúne e sistematiza informações sobre a
evolução das diferentes estruturas organizacionais da pesquisa, em
Um período de aproximadamente 120 anos. Foto: Acervo COC

A publicação é um dos resultados do projeto As ciências biomédicas e a trajetória do Instituto Oswaldo Cruz: uma análise dos arquivos institucional e pessoais, realizado entre 2015 e 2019, com recursos do Edital Papes VII/Fiocruz-CNPq. “O guia vem atender a um dos objetivos principais do projeto: reunir e sistematizar as informações nos arquivos ainda sob a guarda do Instituto, no fundo IOC, e pessoais, dos cientistas, sob a guarda da Casa de Oswaldo Cruz, para formar uma história dos laboratórios do IOC.”, conta Paulo Elian. O livro conta ainda com apresentação de Elisa Cupollilo, pesquisadora do IOC, e uma das entusiastas e incentivadoras do projeto.

Segundo o diretor da COC, o processo de produção durou dois anos, entre a pesquisa principal, feita pelo historiador e coorganizador Francisco dos Santos Loureço, o levantamento das informações, análise e elaboração da publicação. Para Elian, o maior desafio foi o trabalho de pesquisa nos arquivos. “Muitas informações foram colhidas na fase de diagnóstico do projeto. As visitas aos laboratórios e a consulta aos arquivos foi a etapa mais complexa, pois envolveu uma série de entrevistas e ampla pesquisa nos relatórios do Instituto depositados na Biblioteca de História das Ciências e da Saúde, e no fundo IOC, ambos sob a guarda da COC”.