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Impermeabilização garante mais segurança aos acervos do Castelo da Fiocruz

15 out/2020

Nos 120 anos da Fiocruz, o Pavilhão Mourisco, conhecido como Castelo, tem sofrido intervenções para torná-lo ainda mais seguro para os trabalhadores e visitantes que o frequentam, os acervos que abriga, além de sua própria preservação.

Bow windows são janelas que se projetam para fora da estrutura do
Castelo. De ferro forjado e vidro, as bow windows são responsáveis
pela intensa iluminação e arejamento dos ambientes.
Foto: Richard Verdoon

O edifício centenário passa por uma impermeabilização integral do sétimo pavimento e parcial, na ala norte do quinto pavimento, e a restauração das esquadrias da bow window (no detalhe). A obra inclui a substituição dos rejuntes e a revisão das calhas, com recuperação dos pontos de coleta de águas pluviais e ralos para conter a infiltração nas lajes de cobertura, fator de risco para a conservação da edificação, tombada na década de 1980 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), e em consulta prévia para candidatura a patrimônio mundial pela Unesco. 

A intervenção é essencial para melhorar as condições para a guarda dos acervos abrigados na edificação

As infiltrações podem ocorrer a partir de pequenas fissuras, causando goteiras e manchas nas superfícies, e variação de umidade, que provoca alterações, por vezes, irreversíveis, nos objetos. A intervenção é essencial para melhorar as condições para a guarda dos acervos abrigados na edificação, a Biblioteca de Obras Raras, do Instituto de Comunicação e Informação em Ciência e Tecnologia (Icict) e a Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC).

Além de cuidar da estanqueidade da edificação, a obra, que tem previsão de término em abril de 2021, também compreende a restauração das esquadrias externas da bow window, com recuperação de todos os elementos constitutivos, como vidros, ferragens, telas, entre outros, de modo a garantir a recuperação estética original e o perfeito funcionamento do sistema. Serão realizadas ainda a limpeza e a recuperação dos revestimentos ornamentais das fachadas.

Histórico do sistema de impermeabilização dos terraços

O Pavilhão Mourisco é a única edificação do Nahm que possui cobertura em laje plana, impermeabilizada e revestida com cerâmicas, conformando terraços delimitados por muretas ornamentadas. O quinto pavimento, que hoje abriga a Presidência da Fiocruz, é composto por um corpo central, destinado originalmente ao alojamento dos cientistas, e terraços sobre as alas norte e sul. O terraço do sétimo pavimento compreende a área do corpo central. 

A obra também compreende a restauração das esquadrias externas da bow window, com recuperação de todos os elementos constitutivos, como vidros, ferragens e telas

No decorrer dos anos, foram realizadas outras impermeabilizações. O sistema mais recente apresentava problemas visualmente perceptíveis, como infiltrações recorrentes em vários pontos, atingindo sobretudo a área de guarda do acervo da Biblioteca de Obras Raras. As manchas decorrentes das infiltrações, que se configuram como os danos mais visíveis, são responsáveis pela degradação dos revestimentos e estruturas da edificação.

O Pavilhão Mourisco

O Castelo da Fiocruz foi inaugurado em 1918 para abrigar laboratórios, uma biblioteca, um laboratório fotográfico e o Museu de Patologia. Junto com outras edificações erguidas nas primeiras décadas do século 20 – Pavilhão do Relógio (ou da Peste), Cavalariça, Quinino (ou Pavilhão Figueiredo Vasconcellos), Pombal (ou Biotério para Pequenos Animais), Hospital Evandro Chagas e a Casa de Chá – integra o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (Nahm).

Hoje, além de fazer parte do roteiro de visitação histórica da instituição e abrigar acervos diversos em seu interior, esse patrimônio cultural é ocupado pela presidência e vice-presidências da Fiocruz e outras áreas administrativas. Desde 2014, a edificação faz parte do Plano de Requalificação do Nahm, no qual está prevista uma série de intervenções para ampliar o uso da edificação para atividades de educação e divulgação científica, centradas nos temas Fiocruz e as Cidades, Saúde Pública no Brasil, e Acervos Culturais da Saúde