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Parcerias ajudam a fortalecer combate à Aids na África

25 mar/2013

O grave problema da epidemia de Aids foi abordado por diversas instituições que participaram do simpósio História, Ciência, Saúde e Arte na África para mostrar os trabalhos que desenvolvem no continente. O professor titular do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Amilcar Tanuri relatou sua experiência no projeto de massificação dos testes de HIV em Moçambique. Quando chegou ao país, apenas 300 testes eram feitos anualmente. “No primeiro ano (de atuação), atendemos 110 mil pessoas. Hoje, são feitos dois milhões de testes no país”, afirmou.

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Tanuri: “A expressão importante é trabalhar junto, e não fazermos
intervenções”. Foto: Peter Ilicciev

 

Ele também destacou a importância de se trabalhar em conjunto com profissionais locais para a busca de soluções específicas para cada realidade. “A expressão importante é trabalhar junto, e não fazermos intervenções. É preciso trabalhar com as características de cada país. A principal característica é a língua portuguesa, que é uma arma poderosíssima do nosso trabalho em países lusófonos”, declarou.

 

Diretora da Unidade Médica Brasileira do Médicos Sem Fronteiras (MSF), Carolina Batista falou sobre sua atuação em iniciativas relacionadas a doenças negligenciadas no continente africano, onde estão concentrados cerca de 60% dos projetos da organização. Ela ressaltou que o papel da instituição na região vai além do tratamento de pessoas doentes. O objetivo é encontrar subsídios para orientar políticas públicas, por meio da realização de pesquisas e de trabalho de campo. “Nosso trabalho é muito mais do que  estar ali tratando, mas influenciar práticas de saúde locais, nacionais e até internacionais”, disse.

 

Foi o que aconteceu quando profissionais que atuam junto à organização descobriram que havia uma prevalência seis vezes maior de HIV em pessoas que tinham úlcera de Buruli, doença infecciosa tropical, provocada por uma bactéria da mesma família do causador da tuberculose. Essa é uma das chamadas doenças negligenciadas. Com o trabalho, a  MSF conseguiu garantir acesso ao teste de HIV a pessoas com úlcera de Buruli na África. A organização espera, agora, conseguir repetir o mesmo feito para outra doenças.