Dar banhos de sol, colocar no berço para dormir, levar os bebês a consultas médicas mensais, pesar, vacinar são ações corriqueiras para qualquer mãe da atualidade. As origens históricas e culturais dessas práticas remontam à década de 1920, apogeu do movimento maternalista mundial, que destacava a importância do papel de mãe para as mulheres. A partir da análise de duas revistas femininas de grande circulação no período, Vida Doméstica e Revista Feminina, Martha Luna Freire discute como se conformou, no contexto brasileiro, uma relação de parceria negociada entre mulheres e médicos em torno da ideia da “maternidade científica”. A função maternal, vista como “profissão sanitária”, revelou-se um elemento chave do projeto republicano de modernidade, ameaçado pelo espectro da mortalidade infantil.
Esse e outros aspectos serão apresentados pela autora de Mulheres, mães e médicos, resultado de sua tese de doutoramento em história das ciências e da saúde, defendida na Casa de Oswaldo Cruz, e que ganhou o prêmio Anpuh-Rj.
Confira a apresentação ao vivo, a partir das 10 horas de 12/04
Maria Martha de Luna Freire é médica, professora do Instituto de Saúde da Comunidade e do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense. Desenvolve pesquisas no campo da história da saúde e da assistência materno-infantil, dedicando-se especialmente às primeiras décadas do século 20. Fez pós-doutorado no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde investigou as chamadas “Escolas de Mães”, práticas pedagógicas desenvolvidas por médicos e higienistas portugueses no mesmo período.
Coordenação do Encontro às Quintas: Robert Wegner
Data: 12 de abril de 2012
Horário: 10 horas
Local: sala 407 do Prédio Expansão | Avenida Brasil, 4036 – Manguinhos, RJ
Mais informações: (21) 3882-9095 e historiasaude@coc.fiocruz.br .
Imagem da chamada: “A gota de leite de Belleville”, de Henri Jules Jean Geoffroy. Acervo Musée de L’Assistance Publique – Hôpitaux de Paris
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