A Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) participa da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) com uma programação especial que reúne mais de 30 atividades no campus Manguinhos, no Rio de Janeiro. De 21 a 25 de outubro, a SNCT na Fiocruz oferece ao público atrações que abordam temas como educação, saúde pública, sustentabilidade, patrimônio cultural e valorização dos territórios periféricos.
Entre os destaques, estão visitas guiadas ao Castelo da Fiocruz, oficinas educativas como Saúde(s), SUS, sustentabilidade e conviventes com doenças falciformes e a peça teatral É o Fim da Picada, além da simulação dos efeitos das mudanças climáticas no Rio de Janeiro. As atividades Guardiões do Oceano (sobre a poluição na Baía de Guanabara) e a exposição Vida e Saúde: Relações (In)Visíveis também estão programadas para a festa da ciência na Fiocruz.
Exposições como Parto e Nascimento no Brasil, Na Corda Bamba de Sombrinha, Nós do Mundo, A Mulher e o Câncer de Mama também estão na programação. Por meio do Museu da Vida Fiocruz, vinculado à COC, elas serão apresentadas em escolas, shoppings e centro de convenções.
A SNCT na Fiocruz integra o calendário oficial de comemorações pelos 125 anos da Fundação Oswaldo Cruz. A programação completa do evento, com datas e horários de cada atividade, está disponível no site da Semana.
Feira da Ciência e os impactos das mudanças climáticas
Na Feira da Ciência, uma das atrações é a atividade O Patrimônio Cultural sob o risco das águas, que simula os efeitos das mudanças climáticas na cidade do Rio de Janeiro. Serão apresentados mapas com projeções do avanço do nível do mar para os anos de 2030, 2060 e 2100, incluindo a localização de sítios arqueológicos e bens tombados em nível estadual e federal.
Ciência nos territórios: Maré e Manguinhos em foco
Com atenção especial às comunidades da Maré e Manguinhos, a programação da SNCT articula ciência e desenvolvimento sustentável por meio da Agenda 2030. Projetos como Maré de Desenvolvimento e Maré de Histórias e a Agenda 2030 utilizam narrativas locais para promover consciência crítica entre estudantes do ensino fundamental. A oficina Todo mundo tem acesso à água potável? discute os desafios do saneamento básico nas favelas.
Outras atividades, como Guardiões do Oceano (sobre a poluição na Baía de Guanabara) e o Jogo da Memória com Mapas do Território Maré/Manguinhos (sobre biodiversidade e desigualdade), conectam meio ambiente, saúde e justiça social. Já a exposição Nós do Mundo propõe reflexões sobre consumismo, mudanças climáticas e degradação ambiental, apontando caminhos para um futuro mais sustentável.
Patrimônio cultural como ferramenta educativa
A valorização da história e da memória institucional também está presente na programação. Durante as visitas ao Castelo da Fiocruz, os mediadores apresentam a trajetória do médico e cientista Oswaldo Cruz e os detalhes arquitetônicos do edifício. Outra atividade é a visita ao Laboratório de Conservação Preventiva, onde técnicos da COC explicam os processos de preservação do patrimônio cultural.
Museologia, acessibilidade e educação decolonial
O Museu da Vida Fiocruz promove a atividade Um dia de museóloga, que oferece uma experiência lúdica sobre a catalogação de acervos científicos. A acessibilidade é garantida por tecnologias assistivas, como maquetes táteis e vídeos em Libras, que tornam o conhecimento científico mais inclusivo.
A programação também inclui apresentações da Orquestra do Instituto Vida Real e do grupo Música na Calçada (Ginásio Educacional Tecnológico-GET- Genival Pereira de Albuquerque e no Colégio Estadual Luiz Carlos da Vila), reforçando o papel da arte-educação nas comunidades. A Feira de Ciências Decolonial, inspirada no livro História Preta das Coisas, destaca inventores negros e suas contribuições, oferecendo uma perspectiva descolonizada da ciência.
Por fim, a oficina História, saúde e alimentação propõe incluir a história da alimentação como eixo transversal no currículo escolar, relacionando cultura, economia e políticas públicas de saúde.
